VIDA URBANA
Casos de Aids avançam entre os adultos na PB
Estatísticas divulgadas pela Secretaria de Estado da Saúde mostra avanço nos casos de AIDS entre adultos com idade de 20 a 59 anos.
Publicado em 21/12/2012 às 6:00
Enquanto os registros de novos casos de Aids estão recuando entre crianças e idosos, a doença está avançando entre adultos com idades entre 20 e 59 anos, na Paraíba. É que o revelam estatísticas divulgadas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), neste mês, quando se intensificam as ações de combate ao vírus HIV.
De acordo com os números, os registros de Aids aumentaram em 37,41%, em um período de cinco anos. A quantidade saltou de 278 notificações, em 2007, para 382, em 2011. Outros 291 diagnósticos foram feitos entre 1º de janeiro a 14 de dezembro de 2012. Ao todo, a doença já foi detectada em 1.953 pessoas na Paraíba, entre 2007 e 14 de dezembro de 2012.
Na faixa etária que vai de 1 a 4 anos, houve 5 registros em 2007. Já em 2011, esse número caiu para 2. A queda ocorreu, também, entre os pacientes com idades entre 5 e 9 anos. Em 2007, ocorreram 2 diagnósticos da doença nesse grupo de pessoas.
Cinco anos depois, a quantidade despencou para 1. O mesmo comportamento ocorreu entre os idosos. Em 2007, a Aids foi verificada em 4 pessoas com idades de 70 a 79 anos. Já em 2011, esses diagnósticos não passaram de três.
No entanto, a incidência cresceu entre adolescentes e adultos. As notificações entre paraibanos com idades de 15 a 19 anos saltaram de três, em 2007, para 10, em 2011. No mesmo período, o total saiu de 70 para 80 diagnósticos entre os que têm de 20 a 29 anos; de 104 para 122 casos na faixa etária dos 30 a 39 anos; de 60 para 107 entre os pacientes de 40 a 49 anos e de 60 para 107 entre aqueles com idades de 40 a 49 anos.
Ainda houve aumento nos grupos de paraibanos com idades entre 50 a 59 anos, onde os registros saíram de 19 para 38; e de 60 a 68 anos, onde o salto foi de oito para 11 notificações.
Para a coordenadora de Projetos da Amazona, uma organização Não Governamental que atua no combate à Aids, Viviane Alves, as estatísticas são resultados de trabalhos de prevenção. Ela explicou que a redução das notificações em crianças foi provocada pela eficiência dos serviços que atendem gestantes soropositivas e que diminuem os casos de transmissão vertical da aids (aquela que é passada da mãe para o filho durante o parto ou amamentação).
Já com relação aos idosos, a pesquisadora avalia que a queda nas notificações ocorreu por causa das ações de conscientização realizadas com esse grupo, que alertou principalmente sobre o uso de estimulantes sexuais e de preservativos.
Por outro, o aumento da doença entre jovens e adultos ainda é visto como ausência de educação. Apesar de reconhecer que a questão sexual faz parte dos conteúdos escolares, a pesquisadora observa que as escolas ainda investem pouco tempo no combate às doenças sexualmente transmissíveis.
“A escola ainda sofre de uma lacuna muito grande quando o assunto é educação sexual. Esse assunto ainda é abordado superficialmente em aulas de biologia, mas é preciso dedicar mais atenção a esse tema. Por isso, que realizamos ações de educação para alertar os jovens, com auxílio de peças de teatro, de música e de rodas de diálogo”, afirmou.
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