Bancada dos indefinidos vai crescendo na Câmara de João Pessoa

O presidente da Câmara de Vereadores de João Pessoa, Durval Ferreira (PP), foi o último parlamentar a ponderar o discurso em relação à eleição do próximo ano. Em julho, o vereador foi categórico ao afirmar que o apoio ao projeto de reeleição do prefeito Luciano Cartaxo (PSD) se daria independente do direcionamento do PP. Ontem, Durval disse que espera dar continuidade à aliança, mas ressaltou que “tudo depende daquilo que será conversado com o prefeito e com a executiva estadual do partido”.

Provocado pela imprensa, Durval respondeu a declarações do presidente estadual do PP, Enivaldo Ribeiro. Ele disse que as direções locais não teriam autonomia para realizar alianças municipais. Durval foi diplomático, disse que recebeu as declarações com naturalidade e informou que o partido está dialogando com o prefeito e que só após esta negociação o assunto será discutido. “Estamos aguardando esse entendimento com o prefeito. O PP é grande, vamos fazer um partido ainda maior. Acredito que vamos estar na cena como todo partido grande”, disse Durval.

O vereador disse que não tem interesse em deixar o partido e que o PP tem quadro para disputar a vice em qualquer chapa, embora não esteja pensando nisto no momento.

Com a aprovação da 'janela da infidelidade', que adia para março o troca-troca partidário, o cenário para a disputa de 2016 continua incerto na Câmara de João Pessoa. Até o fim do prazo, a pressão partidária poderá fazer com que outros vereadores tenham que decidir entre o partido e o apoio ao prefeito. Na turma dos indecisos estão Djanilson da Fonseca e Bruno Farias, ambos do PPS, partido do vice-prefeito Nonato Bandeira. Com a relação desgastada há tempos, dificilmente o PPS manterá a aliança.

Outro vereador que pode ser obrigado a mudar o tom ou o partido é Bosquinho (DEM). Ele perdeu a presidência do Diretório Municipal do DEM, cuja Comissão Provisória foi dada ao filho de Efraim Moraes, George Moraes. O partido é aliado de Ricardo Coutinho (PSB), que já anunciou candidatura própria em 2016. Por outro lado, Chico do Sindicato, Helton Renê e Edson Cruz já anunciaram disposição em deixar PP para manter aliança com Cartaxo.