Moradores limpam casas após temporal

Após os transtornos causados por um dia intenso de chuvas, a população de João Pessoa retomou ontem a normalidade, mas ainda teve que enfrentar sérias consequências do período chuvoso. Mesmo com a presença do sol, na manhã de ontem, a cidade ainda tinha pontos de alagamentos, galerias pluviais obstruídas, lama e lixo acumulados pelas ruas. Moradores e órgãos públicos tiveram que trabalhar de forma intensa para resolver os problemas.

Ontem, equipes da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) e da Autarquia Especial de Limpeza Urbana (Emlur) intensificaram os trabalhos de coleta de lixo, dragagem de rios e conserto de redes coletoras de esgoto e de águas pluviais. Em parceria com a Emlur, a Defesa Civil municipal coordenou os trabalhos de limpeza e dragagem do rio Jaguaribe, nos trechos que cortam a comunidade Tito Silva e bairro São José.

Técnicos da Defesa Civil municipal também vistoriaram as áreas de risco, mas não fizeram interdições. Segundo o coordenador do órgão, Noé Estrela, os trabalhos ajudam a reduzir os alagamentos e evitar novas enchentes no local. Ele disse ainda que cerca de 160 pessoas permanecem abrigadas em escolas públicas da cidade, porque tiveram as casas condenadas ou destruídas após alagamentos. Os locais mais críticos foram o bairro São José e a comunidade do Timbó.

“A maioria dos desabrigados é do São José, onde precisamos ocupar duas escolas municipais. Outros desabrigados estão no Timbó.Essas pessoas ainda estão em abrigos porque as casas delas não apresentam segurança. Estamos avaliando a situação para ver quais providências deverão ser adotadas daqui por diante”, disse Noé Estrela.

Já as pessoas que vivem em áreas de risco, mas que não precisaram de abrigo, passaram o dia de ontem tentando recuperar o que a chuva não estragou. Na comunidade Padre Hildon Bandeira, mais de 50 famílias ribeirinhas foram atingidas pela enchente, que durou mais de 12 horas, do rio Jaguaribe,
Segundo moradores, o nível da água chegou a subir acima de um metro dentro das casas e causou a destruição de diversos móveis e eletrodomésticos. “Eu tive que suspender as coisas, umas em cima das outras, para evitar que a água molhasse tudo. Mas não adiantou muito. Ficou tudo molhado e destruído”, lamentou Geraldo Alves de Souza, 59 anos.

Algumas fábricas do Distrito Industrial de Mangabeira permaneceram alagadas na manhã de ontem. Segundo Flávio Lúcio Lisboa Silva, proprietário de uma gráfica situada no local, o problema foi agravado pela obstrução de galerias e bueiros existentes na área. Ele conta que o nível da água subiu 1,20 metro e deixou parte do maquinário submerso. “Passamos a noite tirando a água, mas não tem jeito porque ela está saindo das galerias que estão entupidas", afirmou.