Secretário de Saúde do Estado anuncia concurso para médicos

Do Jornal da Paraíba

O secretário executivo de Saúde do Estado, Waldson Souza, garantiu que vai dar início a um levantamento para realização de concurso público visando a contratação de médicos em toda a Paraíba. A seleção ainda não tem prazo para acontecer, mas a expectativa é que o concurso seja lançado no segundo semestre. A decisão foi o resultado da negociação com o Ministério Público (MP) e representantes dos médicos do Hospital Regional de Campina Grande, durante uma reunião realizad na terça-feira (12) na sede do MP no município.

A Paraíba conta, atualmente, com 1,4 mil médicos entre concursados e prestadores de serviço. A intenção da Secretaria de Saúde é promover a substituição gradativa dos prestadores pelos médicos efetivos e descentralizar o atendimento. “Temos de redistribuir a força de trabalho médica no Estado. O que percebemos é uma grande concentração de médicos em João Pessoa e Campina Grande. Muitas cidades no interior sofrem com a falta de plantonistas, como Aguiar, Serraria e, principalmente, o Sertão”, avaliou o secretário.

Durante a reunião no MP, foram apresentadas as reivindicações dos médicos cirurgiões, clínicos gerais e da cooperativa de ortopedistas do Hospital Regional. Eles pediram a definição da carga de horário de trabalho e o pagamento dos plantões que estariam atrasados desde o começo do ano, além de isonomia salarial.

O Estado assumiu o compromisso de pagar o retroativo referente aos meses de janeiro a março deste ano, relativo ao excesso de produtividade, ou seja, do valor que ultrapassa o teto do Sistema Único de Saúde. Será feito um remanejamento de plantões para evitar o estouro do teto do SUS. Além disso, será pago um adicional de mil reais na remuneração dos médicos a partir de março.

“Queremos deixar a população tranquila, estamos negociando e não haverá paralisação”, garantiu o secretário. Os profissionais concursados deixaram claro que se não houver uma resposta até o final deste mês, entram em greve e poderá chegar a casos de demissões.

Segundo Giam Almeida, coordenador de cirurgia do Hospital Regional, o governo reduziu de forma súbita em 36% os valores do plantão, além de manter um atraso de pagamento desde janeiro dos plantões trabalhados. “Não estamos pedindo aumento, queremos a isonomia dos salários, que todos recebam o mesmo valor”, explicou Giam.

Segundo ele, os profissionais de mesmo plantão estão recebendo salários diferenciados e pela falta de profissionais no quadro do Regional eles são submetidos a cumprir plantões para que o hospital não fique sem atendimento
Outro tema abordado na reunião foi a situação do Hospital de Trauma, em Campina Grande, que há meses da inauguração, ainda não está funcionando. O Promotor da Saúde do Estado Herbert Targino, disse em reunião que há “uma falta de maior compromisso do Estado com o hospital que é de dinheiro público”.

Quanto a essa questão, o secretário de Estado da Saúde disse que, “no dia 29 deste mês será entregue a obra e na próxima quarta-feira, uma equipe será enviada para estudar o início dos atendimentos”. Ele ainda afirmou que após essa data de entrega do prédio será feito um planejamento para a abertura do hospital.