ECONOMIA
Cresce venda para construção
Demanda nas lojas de material de construção tende a ficar até 60% mais aquecida; vendas já registram crescimento real de 2,72%.
Publicado em 28/11/2013 às 6:00 | Atualizado em 04/05/2023 às 12:25
Começar o ano com a casa repaginada é o desejo de muitas famílias paraibanas. Com o benefício do 13º salário, a demanda nas lojas de material de construção tende a ficar até 60% mais aquecida neste período, considerado como a melhor época de vendas no setor. Tintas, pincéis, solúveis, material elétrico, hidráulico e revestimento já enchem o carro de compras daqueles que pensam entrar em 2014 com o imóvel de cara nova.
Dados do Instituto Fecomércio de Pesquisas Econômicas e Sociais Aplicadas da Paraíba (Ifep- PB) mostram que as vendas de material de construção registraram crescimento real de 2,72% no acumulado de janeiro a setembro em João Pessoa, mas em setembro houve uma reação mais forte em vendas (8,69%) sobre o mesmo mês do ano passado, reflexo do início do período de maior volume de vendas no setor.
O bairro da Torre, em João Pessoa, é referência quando se procura lojas de material de construção. Nesta época, o fluxo de consumidores pela região tende a aumentar em média 30%, explicou a gerente de marketing da loja O Mestre Materiais de Construção, Manuella Cesar.
“Recebemos clientes de toda a cidade, desde os que moram na praia até aqueles do Centro. Em outubro a procura já começa a aumentar, mas em novembro e dezembro a demanda é ainda maior, por causa do recebimento do 13º salário”.
Segundo Manuella Cesar, o abono salarial e o crédito mais acessível ajudam a intensificar as vendas. “As pessoas estão recebendo o 13º salário e a renda extra pode ser usada nas compras. Temos descontos de até 10% quando se paga à vista, isso é atrativo para os consumidores e também para a loja, por isso muitos pagam em dinheiro para conseguir os descontos”, disse a gerente de marketing.
Para o gerente comercial da Central da Construção, Rodrigo José Barbosa da Silva, as vendas devem estar aquecidas até a primeira quinzena de dezembro. “A expectativa é de alta de 8% a 10% sobre o mesmo período do ano passado. Os segmentos de tintas e revestimento lideram as vendas em nossa loja, com forte presença de piso, com as cerâmicas como carro-chefe, pois são responsáveis por 54% do total das vendas da loja”, destacou o gerente da loja que fica também na Torre.
A loja Projecta, na BR-230, prevê ainda alta maior para as vendas do último bimestre de até 12% puxado por categorias como material hidráulico e elétrico e entrega de muitos prédios no final de ano, revela o gerente comercial Raphael Lima.
ZONA SUL
Na zona sul da cidade, a demanda é ainda maior, graças ao crescimento econômico da região. Kléber Maia, gerente comercial da loja Casa das Tintas, uma das maiores e mais populares do bairro de Mangabeira, disse que a demanda entre novembro, dezembro e janeiro chega ser 60% mais alta que no restante do ano. “Já estamos há 20 anos no mercado da região e cada vez mais percebemos que a zona sul vem crescendo.
Aqui o pessoal compra de tudo, desde tintas e pincéis, até material e peças de construção. Procuramos fornecer produto com qualidade e a preços acessíveis, atendemos não só o público da região, mas também temos clientes de vários outros bairros”, disse Kléber Maia.
Apesar da variada gama de clientes, o gerente comercial garante que os clientes da zona sul já conseguem manter as vendas do comércio e a expectativa é que o ano feche com crescimento de 15%.
MÃO DE OBRA ESCASSA SOBE CUSTO DE REFORMA
Se os preços dos materiais da construção estão em patamares estáveis, a maior dificuldade no final de ano reside em encontrar mão de obra. Além de escassa, ela fica mais cara com a concorrência do setor que se encontra com forte demanda devido às obras da indústria da construção e das pequenas reformas, que se intensificam no final de ano. Como muitas famílias mantêm a tradição de fazer reformas apenas no final de ano, pagam valores mais caros para o serviço de pintura e reforma.
Algumas lojas usam o serviço de indicação de parceiros para ajudar os clientes a encontrar a contratação de mão de obra.
“Temos um banco de parceiros de profissionais liberais que indicamos para os clientes que nos solicitam”, revelou o gerente comercial da Projecta, Raphael Lima.
Segundo ele, um dos fatores para a escassez de mão de obra da construção no mercado atual tem sido o programa Bolsa Família. “Muitos trabalhadores do interior e da região metropolitana descartam o serviço da construção, sobretudo de pedreiro, devido ao pagamento do Bolsa Família”, declarou.
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