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CULTURA

Escurinho do cinema digital

Abandonando o sistema analógico, salas de cinema seguem se modernizando; na Paraíba redes de cinema já projetam em digital.

Publicado em 19/01/2014 às 6:00 | Atualizado em 01/06/2023 às 16:35

A época romântica do cinema está se acabando. Entre prós e contras, as salas seguem se modernizando e abandonando o sistema analógico de projeção com a antiga troca de rolos de película no meio de cada sessão. Como em muitos estados, a Paraíba já começa entrar na era de digitalização das salas de exibição.

Com a perspectiva do fim da fabricação de película em grande escala pela indústria, a necessidade de migração para a tecnologia é vital.

Com oito salas no Manaíra Shopping, em João Pessoa, a rede Box Cinépolis tem 100% de suas salas adequadas ao formato digital.

“A imagem padrão perfeita é muito superior ao HD na televisão, e sem o desgaste que tem uma impressão 35mm, maior brilho, alta definição e saturação de cor, som digital de alta fidelidade (som digital biamplificado) eliminando diferenças entre áudio e vídeo”, informa a assessoria da rede, enfatizando que existe a “capacidade de exibir conteúdo alternativo, como esportes, ópera e concertos, tanto ao vivo e pré-gravados, tanto 3D como 2D, dublado ou legendado”.

Com cinco salas em Campina Grande, no Boulevard Shopping, e seis no Shopping Tambiá, Centro de João Pessoa, o CineSercla tem apenas uma sala em cada complexo que possui o suporte digital.

“As vantagem de se ter salas digitalizadas são a qualidade técnica e a maior quantidade de HD das distribuidoras, aumentando as opções de filmes a serem exibidos”, explica a assessora da rede, Ivanez Oliveira, que informa não ter uma previsão exata de novas digitalizações. “Em 2015, na expansão do shopping, o Cinesercla Campina Grande será reconstruído em outro local, com mais espaço”.

Já nas quatro salas do CinEspaço, localizadas no Mag Shopping, em João Pessoa, três projetam em digital, de acordo com a assessoria.

CÓPIA VIRTUAL

Os projetores analógicos estão sendo trocados por equipamentos chamados Digital Cinema Iniciatives (DCI), uma tecnologia criada pelos grandes estúdios norte-americanos e que vem sendo adotada como padrão no mundo. O DCI foi criado pelos sete grandes estúdios de Hollywood (Warner, Fox, Universal, Paramount, Disney, DreamWorks e Sony).

Atualmente, apenas 38% das salas brasileiras operam com projeção digital, um percentual bem abaixo dos quase 90% da média global.

O Brasil adotou o Virtual Print Fee (VPF, “taxa de cópia virtual” na tradução literal), um modelo que vem sendo adotado e negociado nos últimos anos entre distribuidoras e exibidores com o apoio da Agência Nacional do Cinema (Ancine), mas que traz junto a si o risco do fechamento de salas menores e da queda na variedade de filmes em circuito.

Em média, um distribuidor gasta R$ 3.500,00 com a cópia de um filme. No modelo VPF, parte do valor gasto com a película (cerca de R$ 1.500,00) será pago aos donos de cinemas que estão fazendo a transição.

De certa forma, o VPF é uma espécie de avalista da operação do exibidor com o financiador.

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Jornal da Paraíba

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