Incentivo ao aleitamento

A Semana de Aleitamento Materno de Campina Grande foi aberta oficialmente na manhã de ontem no auditório da Federação Paraibana de Indústria (Fiep). Até a próxima quinta-feira, a coordenação do Banco de Leite Materno do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea) vai buscar aumentar o número de mães cadastradas no programa para aumentar o estoque de leite do município. Atualmente, com 109 mães doadoras, o programa atende 85 bebês, que nasceram prematuros e precisam se alimentar diariamente com até 60 mililitros do alimento.

De acordo a coordenadora do Banco de Leite Materno, com Alane Tavares, das cerca de cinco mil crianças nascidas no Isea no ano passado, 358 foram de forma prematura, o que as coloca como receptoras do banco de leite do município. Ela ainda apontou que o banco encaminha o alimento para os recém-nascidos do Hospital Geral Clipsi, Fundação Assistencial da Paraíba (FAP) e Clínica Santa Clara, entidades que também realizam parto em Campina Grande.

“Nós não estamos operando em déficit no momento. As mães cadastradas no programa estão contribuindo bastante para a manutenção desse banco de leite materno, mas nós sempre buscamos ampliar o número de doadoras já que nascem crianças prematuras o ano inteiro. E algumas precisam do leite por 2, 3 e até 4 meses. Por isso queremos sensibilizar as mães que têm leite em grande quantidade para que elas também façam parte dessa família”, afirmou Alana Tavares.

Para participar do projeto, além de ter leite em excesso, as mães precisam estar com o cartão do pré-natal atualizado, não fumar, não beber bebidas alcoólicas, e não estar tomando medicação contínua ou controlada. Alana ainda apontou que, dependendo do estado de saúde de cada bebê prematuro, eles recebem de oito a 12 dietas por dia, o que vai de uma alimentação de cinco a até 60 ml de leite. “Algumas pessoas podem achar que é pouca quantidade de leite, mas ele pode salvar uma vida. O leite materno é a principal fonte de alimento até os 6 meses, por isso a manutenção desse banco é importante”, acrescentou.

Mãe do primeiro filho, Caroline Costa, 19 anos, é uma das doadoras do banco de leite materno e faz questão de continuar participando da iniciativa enquanto estiver amamentando. Como seu filho Heitor Costa, 5 meses, continua se alimentando apenas do leite da mãe, ela se sente até um pouco mãe das outras crianças, por saber que está sendo responsável diretamente pela alimentação de outros bebês. “A gente se sente cada vez mais mãe. Amamentar é algo incrível, a troca de sentimento com o bebê, o carinho que ele tem com a mãe, e participar de um projeto como esse que salva a vida de outras crianças também é incrível”, disse a jovem.

Para a secretária de Saúde do município, Lúcia Dercks, ampliar a conscientização das mães em participar do programa de aleitamento materno é uma das propostas e desafios do evento que irá atuar também em creches municipais e nas Unidades Básicas do Programa Saúde da Família (UBSF). Ela disse que cada doação tem o poder de transformar não apenas a vida da criança recém-nascida, mas também da mãe que acompanha de perto a internação do filho prematuro.

“A doação do leite materno é fundamental para que as crianças assistidas possam se desenvolver e ter uma vida saudável, da mesma forma das que nascem completando o tempo de gestação normal”, disse Lúcia Dercks.