VIDA URBANA
Cresce número de transplantes de rim na Paraíba
Dados do Registro Brasileiro de Transplantes, mostram aumento no número de transplantes de rim na Paraíba.
Publicado em 04/04/2013 às 6:00
Embora o número de transplantes de rim tenha aumentado na Paraíba, passando de 29 em 2011 para 50 em 2012, o Estado está em 15º lugar entre outras 22 unidades da federação com relação a esse tipo de procedimento. Por outro lado, o transplante de fígado que já era baixo em 2011, quando registrou três doações, no ano passado o número reduziu para apenas um. Os dados são do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), veículo oficial da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos.
No ano passado, a Paraíba teve 169 notificações de doação de órgãos, o que a colocou em 4º lugar entre os Estados do Nordeste, ficando atrás apenas de Pernambuco (512), Ceará (435) e Bahia (414), que alcançaram o primeiro, segundo e terceiro lugar em número de notificações de doação, respectivamente.
O número de doadores efetivos também apontou crescimento, já que em 2011 existiam apenas nove e em 2012 a quantidade de doadores dobrou, passando para 18, o que representa uma média de 4,8 por milhão de população, por Estado, por ano (pmp/ano). Destes, 13 (76%) são doadores de múltiplos órgãos.
De acordo com o RBT 2012, dos 50 transplantes de rim realizados na Paraíba, 21 deles foram de doadores vivos e 29 de falecidos, cujo total de procedimentos foram feitos no Hospital Antônio Targino, em Campina Grande. Ainda acerca dos números que envolvem o transplante de rim, o Estado possui 210 pacientes ativos em lista de espera para a realização do procedimento cirúrgico.
Já 86 pacientes aguardam pela doação de córnea e um de fígado. Não foi informado o número de pacientes paraibanos que esperam por transplantes de coração, pulmão e pâncreas.
No entanto, os dados mostram, ainda, que no ano passado a Paraíba realizou 99 transplantes de córnea, se classificando em 21º lugar entre os 23 Estados brasileiros, ficando à frente apenas de Alagoas, que registrou 54 doações, e do Acre, que fez 37 procedimentos.
A dona de casa Anny Kelry, 31 anos, foi transplantada de rim há 7 anos, mas até a cirurgia passou quase 2 anos na lista de espera pela doação do órgão. “Transplante é sorte, é ganhar na loteria, porque é muito difícil. Às vezes a família quer doar, mas não é compatível e vice-versa. É somente Deus na causa. Eu tive a graça de depois de esperar por quase 2 anos, fazer um teste de compatibilidade com meu irmão mais velho, que deu positivo e me doou um rim. Foi uma prova de amor”, declarou.
CET não considera baixo o desempenho da Paraíba
Segundo a gerente para assuntos estratégicos da Coordenação Estadual de Transplantes da Paraíba (CET-PB), Myrian Carneiro de França, os números apresentados pelo RBT não são considerados baixo, em comparação com outros Estados do Nordeste, até maiores em dimensão do que a Paraíba, “mas sempre queremos melhorar”.
Myrian Carneiro disse que a CET-PB está implementando, junto à Secretaria de Estado de Saúde (SES), um convênio com o Hospital São Vicente de Paulo, em João Pessoa, para a realização de transplante de rim, já que antes era feito somente em Campina Grande. “Já estivemos no hospital e verificamos que a equipe transplantadora está realizando os últimos exames dos pacientes para poder começar a fazer o procedimento. Inicialmente os transplantes serão realizados a partir de doadores vivos. Com isso, estimamos uma média de dois transplantes por mês. Os demais irão depender de doadores falecidos”, afirmou.
Outra novidade informada por Myrian Carneiro é que o transplante de coração voltou a funcionar em João Pessoa, já que o serviço estava suspenso desde 2011, quando venceu a autorização da equipe transplantadora realizar o procedimento.
“Os transplantes de coração serão realizados no Hospital Unimed, que apesar de ser uma unidade privada, o pré e pós cirúrgico serão custeados pelo SUS (Sistema Único de Saúde)”, ressaltou.
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