VIDA URBANA
Diagnósticos de hanseníase têm queda
Total de notificações da doença em 20121 caiu de 866 casos para 685; dados são do Sistema DataSUS, do Ministério da Saúde.
Publicado em 26/01/2013 às 6:00
A Paraíba registrou queda de 20,9% no número de diagnósticos de hanseníase feitos em 2012, em relação ao ano anterior. O total de notificações caiu de 866 para 685. Apesar disso, a quantidade de casos confirmados aumentou 137 vezes ao longo de 14 anos, saindo de 5 casos em 1999 para 685 em 2012. Neste período, a patologia foi encontrada em 11.037 indivíduos. Os dados são do Sistema DataSUS, vinculado ao Ministério da Saúde.
Amanhã, será Dia Mundial e Nacional de Combate e Prevenção à Hanseníase. A data foi criada para alertar a população sobre os riscos de uma doença que tem cura, mas que, se permanecer sem tratamento, pode causar sérias sequelas aos pacientes.
Segundo a fisioterapeuta e técnica do Núcleo de Doenças Endêmicas da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Geysa Campos, além da Paraíba, o decréscimo ocorreu em todos Estados brasileiros. Apesar disso, a doença ainda continua sendo um grave problema de saúde pública. “Na Paraíba, ainda temos crianças apresentando os sintomas de hanseníase, o que indica que o problema não está sob controle. Temos muitos casos ainda não confirmados”, revela
“Por isso, estamos intensificando os trabalhos de educação e de divulgação sobre as formas de contágio e de tratamento dessa patologia”, acrescenta.
Causada por bacilo, a hanseníase é transmitida de uma pessoa para outra através das vias respiratórias, a exemplo das gotículas de saliva eliminadas pela fala, tosse, espirro e pelo contato direto com as lesões da pele de um portador da doença que não esteja em tratamento.
No entanto, o contágio deixa de ocorrer a partir do momento em que o paciente inicia o tratamento. Por isso, é de extrema importância que a população procure assistência médica, assim que encontrar algum indício da doença no corpo.
“A doença ainda não tem vacina e a única forma de prevenção é mesmo através da orientação da população. Manchas brancas e dormentes, que mudam de cor, ou sentir dormência nos dedos ou nas mãos, devem ser analisadas por médicos, porque pode ser a doença”, disse.
BACILOS
Existem quatro tipos de bacilos que causam a hanseníase. Por conta disso, o tempo de tratamento pode variar de seis a até um ano, dependendo do tipo do microorganismo que esteja provocando o problema.
Não há necessidade de isolamento do paciente, mas sim de tratamento e exames anuais por cinco anos. As pessoas que fazem parte do convívio do portador também devem ser submetidas a exames em igual periodicidade. Sob tratamento, a transmissão cessa logo nas primeiras semanas.
ASSISTÊNCIA
Na Paraíba, a assistência básica aos pacientes pode ser encontrada em qualquer unidade do Programa de Saúde da Família (PSF). Os casos mais graves são encaminhados para o Complexo Hospitalar Clementino Fraga, situado em João Pessoa. No local, além de serem submetidos a exames, os pacientes recebem medicamentos e fazem sessões com fisioterapeutas.
Já que em casos mais avançados a doença causa deformidades nos nervos e músculos, como explica Geysa Campos.
“A doença afeta principalmente a pele e os nervos, o que causa limitações de mobilidade em seus portadores. Ela não mata, mas as complicações podem ser letais, porque pode provocar diversos danos ao corpo do paciente, inclusive, deformando dedos, nariz e outras áreas sensíveis. Mas a população não deve ter receio. A doença tem cura e o tratamento está disponível na rede pública”, declara.
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