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POLÍTICA

Principais alvos da Operação Cardeiro estão sendo procurados

A estimativa é que tenha sido causado um prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão aos cofres públicos.

Publicado em 19/07/2016 às 13:31

O ex-secretário de Infraestrutura e o sócio de uma construtura da cidade de Princesa Isabel, no Sertão do Estado, são os principais alvos da operação Cardeiro, que foi realizada nessa terça-feira (19) e desarticulou um esquema de corrupção na aplicação de recursos federais repassados ao município para construção de quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) e de um Centro Especializados de Reabilitação (CER). A ação foi do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle (MTFC) e realizada em parceria com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF). A estimativa é que tenha sido causado um prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão aos cofres públicos.
Os principais suspeitos ainda não foram localizados, de acordo com o delegado da Polícia Federal em Patos, Glauter Morais. Ao todo, estão sendo cumpridos dois mandados de prisão preventiva (ex-secretário municipal de Infraestrutura e empresário), sete mandados de condução coercitiva (sendo três engenheiros, três membros da Comissão Permanente de Licitação – CPL e o secretário de Administração). Além disso, houve o cumprimento de dez mandados de busca e apreensão, três afastamentos cautelares de funções públicas dos membros da CPL, bem como medidas de sequestro de bens, todos expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal em Monteiro (PB).
A operação aconteceu nas cidades de João Pessoa e Princesa Isabel, na Paraíba, e também nos municípios de Salgueiro e Pesqueira, em Pernambuco. A investigação foi iniciada pelo Ministério Público a partir do recebimento de denúncia de cidadãos e vereadores do município, a respeito das supostas irregularidades praticadas com os recursos da área de Saúde. O Ministério da Transparência, em atendimento à solicitação do MPF, realizou fiscalização para apurar os fatos e constatou indícios de fraudes em licitação e na contratação de mão de obra; superfaturamento dos contratos; inexecução de serviços; e baixa qualidade de materiais empregados nas obras das UBS e CER.
O procurador federal Renan Félix disse que ao longo das investigações foram observadas diversas irregularidades nas obras. “Durante a inauguração de uma das unidades de saúde a porta chegou a cair. Outro fato é que havia a previsão de que o telhado fosse feito para captar água da chuva no projeto. Esse serviço foi pago e não foi executado. Identificou-se também que ia ser colocados chuveiros de plástico, mas depois de saber das fiscalizações dos auditores colocaram chuveirosde pllástico de última hora, sendo que não havia ligação elétrica para isso”, destacou.
Conforme as apurações, as obras investigadas são de 2014 até o momento atual e a execução delas contavam com o repasse do Fundo Nacional de Saúde (FNS), sendo orçadas em R$ 5 milhões. Um dos sócios da Construarq Empreendimentos e Construções LTDA , empresa envolvida no esquema, chegou a sacar R$ 141 mil em espécie, dez dias após assinatura do contrato das UBS, de acordo com o MPF. O esquema fraudulento contava com a participação de agentes da Prefeitura que, ocultaram informações durante a fiscalização e chegaram a orientar os trabalhadores das obras sobre o que dizer à equipe do MTFC, conforme revelaram as escutas telefônicas realizadas com autorização da Justiça.
O outro lado
Por telefone, o ex-prefeito e atual secretário de administração de Princesa Isabel, Tiago Pereira, negou à TV Cabo Branco que o cunhado, proprietário da Construarq Empreendimentos e Construções LTDA tenha sido favorecido nas licitações. Segundo o secretário, a construtora concorreu com diversas empresas e ganhou o processo, que nem foi acompanhado por ele de perto. O secretário falou também que a empresa do cunhado perdeu outras licitações, não confirmando o favorecimento. Tiago Pereira afirmou estar ciente da investigação do MPF. Ele está viajando e por isso não estava em casa nessa terça-feira quando a PF foi até a residência dele.
O JORNAL DA PARAÍBA tentou contato com a Construarq para comentar o assunto, mas até a publicação dessa matéria não obteve nenhum retorno. A Prefeitura de Princesa Isabel também foi procurada mas não se posicionou sobre o assunto.
Imagem

Jornal da Paraíba

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