CULTURA
De alma cênica aberta
Teatro Paulo Pontes inaugura sua nova estrutura com dois espetáculos paraibanos neste sábado, em João Pessoa.
Publicado em 21/03/2015 às 6:00 | Atualizado em 16/02/2024 às 13:06
Criado no começo dos anos 1980, a grande revitalização do Espaço Cultural José Lins do Rego aconteceu apenas nos últimos anos. Um dos mais importantes equipamentos do complexo localizado em João Pessoa, o Teatro Paulo Pontes será oficialmente aberto para espetáculos neste sábado, a partir das 19h, com apresentação gratuita de duas produções paraibanas.
“Muitos estão tratando esta abertura como uma reinauguração. O Paulo Pontes já estava sendo usado para conferências e palestras. Agora nós estamos inaugurando a nossa caixa cênica, que é a alma do teatro, junto com todo um equipamento de ponta”, explica Márcia Lucena, presidente da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc).
Prestando uma homenagem ao ator e diretor Marcos Pinto, assassinado em dezembro do ano passado, será apresentado A Saga de Daluz, do Grupo Experimental Cena Aberta (Geca). A peça foi adaptada e dirigida por Marcos, sendo vencedora da 16ª Mostra Estadual de Teatro e Dança, evento promovido pela Funesc.
Baseada nas obras Porque a Noiva Botou o Noivo na Justiça, de Lourdes Ramalho, e Como Nasce um Cabra da Peste, de Altimar Pimentel, A Saga de Daluz conta a história de um casal que, após 20 anos de união, se depara com a chegada de uma nova criança.
A outra produção envolve dança: Amálgama, da Cia. Lunay. “A Tribal Brasil é um estilo que o grupo vem desenvolvendo há 12 anos”, aponta Kilma Farias, diretora do espetáculo. “É a união de danças afro-seculares brasileiras mais a urbana. São várias linguagens numa corporalidade só, colocando o que é nosso, como a capoeira, o maracatu, o coco...”
O Paulo Pontes possui 660 lugares (sendo 640 poltronas convencionais, 14 lugares para cadeirantes e seis assentos para obesos), com uma nova estrutura que passa a ter rampas e outras melhorias para a acessibilidade do público com necessidades especiais. Com novas instalações de climatização, som e iluminação, o teatro também ganhou uma caixa cênica que teve seu madeiramento trocado e um revestimento tratado acusticamente.
O primeiro espetáculo que a casa receberá de fora será Belle, de Deborah Colker, com apresentações na próxima terça e quarta-feira, sempre às 20h. Mas Márcia Lucena frisa que a abertura da caixa cênica tinha que ser com produções da Paraíba. “É para os artistas compreenderem que existe essa casa para recebê-los”.
SANTA ROZA E BANGÜE
Equipamento pertencente à Funesc, o Teatro Santa Roza tem uma reforma mais demorada e complexa pelo motivo de se tratar de um prédio tombado. “Vamos fazer uma reunião na semana que vem com a Suplan e a empresa contratada para ter uma nova previsão de prazo da entrega”, afirma a presidente da Funesc.
Já o Cine Bangüe, que foi realocado ao lado do Planetário, tem previsão de abertura para o próximo mês. Segundo Márcia Lucena, só está faltando a entrega e instalação da tela.
Outro equipamento que também será entregue em breve é a biblioteca. Lucena informa que as obras já findaram e agora o acervo passará por uma minuciosa higienização.
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