VIDA URBANA
Lixo no Jardim Botânico de JP
Sem manutenção nas cercas, população despeja lixo dentro do Jardim Botânico Benjamim Maranhão; lixo se acumula na mata.
Publicado em 21/01/2014 às 6:00 | Atualizado em 01/06/2023 às 16:35
Pessoas que moram no entorno do Jardim Botânico Benjamim Maranhão, popularmente conhecido como Mata do Buraquinho, em João Pessoa, ou que passam diariamente pelo local, reclamam da falta de manutenção nas cercas de proteção e o lixo, que é jogado pela própria população, se acumula na mata e exala mau cheiro. Em virtude disso, o local também se torna propício ao consumo de drogas.
Com área de floresta densa e plana, com mais de 300 hectares, a Mata do Buraquinho paga o preço por estar cercada pela urbanização e desenvolvimento da cidade, pois ações de vandalismo e ausência de consciência ambiental, por parte da população, retratam o abandono dos órgão competentes, segundo relato de moradores.
Um aposentado, que preferiu não se identificar, mora em frente à mata, no bairro do Cristo Redentor, e contou que o cenário local têm mudado com o passar dos anos. “Cheguei aqui em 1982. Naquela época isso aqui era outra coisa, mas hoje em dia as pessoas desrespeitam o meio ambiente, jogam lixo, usam como banheiro e até mesmo para o consumo de droga.
Há algum tempo deixaram a mata de lado. Antes, a Polícia Ambiental passava por aqui com frequência, hoje já não se vê mais isso”, denunciou.
Entretanto, para o aposentado, a inexistência da cerca de segurança, antes vista nessa área da floresta, mas que sem manutenção se acabou com o tempo, não tem sido motivo para o moradores do Cristo se sentirem inseguros.
“Mesmo sem a cerca, o local não é utilizado por criminosos, como assaltantes, por exemplo. Apesar disso, vez por outra vemos alguém entrando na mata para consumir droga, mas não incomodam ninguém. Teve um tempo em que vieram e cercaram toda essa área, mas como nunca mais vieram por aqui a cerca se acabou.
Não basta somente colocar a cerca, tem que fazer a manutenção, pois nada dura a vida inteira”, ressaltou.
Esse não é o caso de quem mora próximo à Mata do Buraquinho no bairro do Rangel, onde não há depredações na cerca de arame farpado colocada no seu entorno, mas que tem deixado os moradores com medo, já que garantem se sentirem expostos e vulneráveis à violência, como contou a dona de casa Marilene da Silva, 46 anos.
“Não é todo dia, mas muitas vezes os bandidos entram na mata par se esconder depois de cometer algum crime. Não tem cerca que dificulte eles passarem para o lado de dentro. A gente tem medo, vive em alerta”, disse.
Outras áreas do entorno da Mata do Buraquinho, como ao longo da Avenida Pedro II, a floresta é protegida por uma pequena mureta de alvenaria e com cerca de tela. Nas imediações da 'Santinha' uma parte da mureta foi danificada recentemente, após um veículo colidir com a base de cimento.
POLICIAMENTO
De acordo com o subcomandante do Batalhão de Polícia Ambiental, major Jomário Fernandes, a companhia realiza constantemente as rondas com viaturas no entorno do Jardim Botânico, além de fazer incursões periódicas com militares a pé por dentro da mata.
“No caso dessas rondas, quem está de fora não vê o policiamento, mas temos algumas trilhas pelas quais seguimos e fazemos o policiamento também no interior da mata, evitando, ou coibindo algum meliante de se refugiar nela”, afirmou ao acrescentar que a Polícia Ambiental ainda auxilia no policiamento ostensivo feito pela Rádio Patrulha do 5º Batalhão de Polícia Militar no entorno da mata.
O QUE DIZ O IBAMA
Segundo o superintendente substituto do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na Paraíba, Edberto Farias e Novaes, o órgão só é detentor de uma fatia da mata, da qual se inicia na Avenida Pedro II, na altura do Rio Jaguaribe, passando pela rodovia federal BR-230, até o Trevo Motel, na parte externa. Já dentro da mata, há uma diagonal retornando para a Pedro II.
“Sendo assim, os problemas identificados pela reportagem são de competência do Estado, no caso, da direção do Jardim Botânico, que é responsável por toda a outra parte, para esclarecer as dúvidas sobre a questão da cerca e demais demandas da população”, orientou.
Por sua vez, tentamos contato com o Jardim Botânico, mas nenhuma de nossas ligações foram atendidas.
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