Mulheres são maioria entre catadores de materiais recicláveis

Na Paraíba existem pelo menos 186 mulheres trabalhando como catadora de materiais recicláveis, já que somente no projeto Cataforte III – Negócios Sustentáveis em Redes Solidárias, que assiste 13 empreendimentos solidários (cooperativas) no Estado, dos 266 catadores cadastrados, cerca de 70% são mulheres.

Entretanto, o número de catadoras pode ser ainda maior já que existem outras cooperativas que não fazem parte do Cataforte, porém, o projeto é o maior e mais abrangente na área de catadores de materiais recicláveis.

Uma dessas mulheres é a catadora Egrinalda dos Santos Silva, que exerce a profissão há 20 anos e atualmente é presidente do Catajampa, em João Pessoa. Ela contou que não imaginava representar a categoria em articulações e ampliar os conhecimentos no setor. “Comecei catando os materiais na rua, passei pelo antigo lixão do Róger, depois passei pelo processo de formação da cooperativa, e agora a articulação em redes, uma das diretrizes do projeto Cataforte, e consegui alcançar a presidência do empreendimento”, afirmou.

Em Campina Grande, a cooperativa Catamais também é presidida por uma mulher, a catadora Maria de Lourdes Bezerra, que está no segmento há 20 anos. Ela lembrou que assim como Egrinalda, também começou no lixão da cidade, e passou a integrar uma cooperativa, em 2008. “Achei mais interessante trabalhar em grupo do que sozinha. A diferença mais sentida nessa mudança foi trabalhar no coletivo na coleta, bem diferente do que o lixão, que era só há miséria e discórdia pela disputa dos materiais”, revelou.

O Cataforte III – Negócios Sustentáveis em Redes Solidárias é um projeto nacional que visa a capacitação, o fortalecimento e o empoderamento dos catadores de materiais recicláveis, articulado pelo Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis (CIISC) e uma parceria entre a Secretaria-Geral, Fundação Banco do Brasil, Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério do Meio Ambiente, Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Petrobras e Banco do Brasil.

Segundo a coordenadora do Cataforte, Rita de Cássia Gonçalves Viana, o contingente de catadores na Paraíba, assim como em todo o país, é majoritariamente formado por mulheres. “No universo assistido pelo projeto, de 33 redes distribuídas em 14 Estados e que abrange um contingente de mais de 13 mil catadores de materiais recicláveis, as mulheres são maioria. Dentro dos empreendimentos há quem participa da coleta nas ruas, faz a triagem, carregam e descarregam caminhões e fazem tudo isso embaixo de chuva ou sol”, salientou.