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COTIDIANO

Perícias e vida pessoal podem desvendar assassinato de português

Polícia Civil trabalha com duas linhas de investigação sobre morte de dono de imobiliária português. Ele mostrava granja no Conde a supostos compradores quando foi assassinado.

Publicado em 20/08/2010 às 11:51

Karoline Zilah

A Polícia Civil realiza perícias e solicita uma série de detalhes pessoais para desvendar a morte do empresário português Ramiro José Antunes, de 53 anos, assassinado na quinta-feira (19) quando mostrava uma granja a dois supostos compradores no município do Conde, Litoral Sul paraibano. O carro do dono da imobiliária Markland foi levado pelos suspeitos e encontrado horas mais tarde em um sítio, mas uma pequena importância foi roubada: apenas a carteira e o celular da vítima.

O delegado do município, Jaime Cavalcante Melo, requisitou uma perícia do Instituto de Polícia Científica (IPC) para tentar encontrar pistas dos assassinos no veículo abandonado. Para os investigadores, o essencial agora é levantar informações que possam confirmar ou descartar as duas linhas de investigações: ou foi tramado um assalto que, por vários fatores, não deu certo; ou o corretor teria motivos para receber ameaças e seria alvo de um possível acerto de contas.

Quebra de sigilo telefônico, informações sobre seguro de vida, detalhes sobre problemas na vida pessoal e até a participação de outras pessoas no crime são alguns dos fatores que devem ser investigados neste caso. O que se sabe é que no sítio onde o empresário morreu havia objetos de valor, mas nada foi levado. A hipótese, neste caso, é de que os bandidos tenham se sentido intimidados pela presença de cães ferozes e de outras pessoas no local.

Como aconteceu

Segundo a Polícia Militar, a esposa do empresário, Ana Magalhães Cunha Lopes, de 49 anos, informou que o marido tem cidadania portuguesa com visto de permanência no Brasil. O casal é proprietário de uma imobiliária localizada no Centro Turístico de Tambaú, na Capital. Durante a semana, os dois suspeitos de atirar em Ramiro José Antunes tiveram contato com ele se dizendo interessados em adquirir granjas no Conde. Antes dos encontros pessoais, eles solicitaram fotos dos imóveis.

Na quarta-feira (18), segundo a esposa da vítima, eles marcaram de se encontrar com Ramiro Antunes em um posto de combustível na entrada do Conde e visitaram três granjas. Já na quinta-feira (19), entraram em contato novamente, solicitando encontro na mesma hora e no mesmo local. O corretor e os dois homens se dirigiram ao sítio Pituaçu.

A esposa e o caseiro estavam no local e disseram ter sido amarrados e colocados dentro de um quarto. Em seguida, o empresário foi executado com quatro tiros. O corpo ainda apresentava um corte na cabeça.

Segundo as testemunhas, os acusados são brancos. Um deles usava bigode e dizia se chamar Fernando. O outro teria aproximadamente 25 anos e se identificou como Fabiano. Os dois informaram que eram de Recife e não despertaram suspeitas por estarem bem vestidos.

A polícia suspeita que eles tiveram o apoio de outras pessoas para conseguir fugir do local depois de abandonar o veículo do empresário morto.

Imagem

Jornal da Paraíba

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