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CULTURA

Teixeira estreia "Esparrela" e comemora 40 anos de teatro

Ator foi responsável pelo texto e direção, e ainda atua no monólogo que entra em cartaz em uma nova sala de teatro em João Pessoa.

Publicado em 23/04/2009 às 8:47

Astier Basílio, do Jornal da Paraíba

Conta a lenda que uma senhora teria encomendado um desenho a Picasso e, ao cobrar-lhe em um bar, viu o artista, em questão de minutos, terminar a encomenda. O preço do desenho era uma quantia bem significativa e a senhora ficou horrorizada com a ideia de pagar tanto por algo feito em tão pouco tempo, e reclamou com o artista. Picasso respondeu: eu não levei só cinco minutos pra fazer esse desenho, minha senhora, eu levei a minha vida inteira!

A historinha vem a calhar para quem vê o ator Fernando Teixeira em cena com o espetáculo Esparrela, que estreia na sexta-feira (24) no teatro Cilaio Ribeiro, em João Pessoa. Quem for assistir ao espetáculo pode ter a certeza de que, em cena, não será visto apenas um ator com alguns meses de preparação para um espetáculo, mas toda uma vida dedicada ao teatro. São mais de 40 anos dirigindo, atuando e envolvido com artes cênicas.

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Com patrocínio do Fundo de Incentivo à Cultura Lei Augusto dos Anjos (FIC), Esparrela, uma montagem do grupo Bigorna, é escrito, dirigido e interpretado por Fernando. “No começo, eu achei que, sinceramente, seria uma experiência meio absurda. Comecei sozinho os ensaios, depois o Guilherme (Schulze) veio algumas vezes por semana fazer o trabalho de corpo. No final quem também chegou foi o Osvaldo Anzolin”, conta o ator.

Fernando Teixeira estava sem atuar no teatro desde 2002, quando integrou o elenco da montagem Fogo Morto, uma adaptação do romance homônimo de José Lins do Rego feita por W.J Solha, pelo grupo Bigorna. Mesmo sendo um espetáculo curto, aproximadamente 45 minutos, a apresentação exige muito do ator.

“Dos ensaios para cá eu já perdi 14 quilos”, revela Fernando.
Esparrela é uma retomada de outro monólogo, Tomate Esmagado por um Carro, escrito e interpretado por Fernando Teixeira em 1984, com direção de Everaldo Vasconcelos.

“Em Tomate, eu conto a história de Manuel, que está no mato, banido de sua cidade, planejando o retorno com o urubu Arquimedes. Em Esparrela é a mesma história, só que contada do ponto de vista do urubu, do Arquimedes”, explica.

Adestrado, o urubu ganha nome e é o principal trunfo para o retorno de Manuel à cidade que o condenou ao exílio. É no processo de transformação, por meio da arte, que o urubu reconhece a sua condição e age. O pequeno espaço da sala preta do Cilaio Ribeiro permite que cada apresentação seja limitada a 50 pessoas. Isso favorece uma intimidade muito grande entre ator e plateia.

Fernando diz que “tem sido surpreendente, o olho no olho, cara na cara faz com que as pessoas entrem na discussão; é o triângulo: texto, personagem e público, algo que está na Comédia dell’ arte, que já está direto com o palhaço e é algo que eu já venho desenvolvendo em trabalhos anteriores com o Bigorna”.

Peça troca palco por uma sala

Salas pequenas de teatro são uma tendência nos grandes centros do Sudeste do país, que tem salas até em shopping center. Com a montagem do espetáculo Esparrela, está sendo inaugurada, em João Pessoa, a sala preta do grupo Bigorna, localizada no antigo Cilaio Ribeiro, teatro que fica dentro do Centro Cultural do Terceiro Setor Thomas Mindelo, na General Osório, s/n, no Centro da capital.

O lugar é bastante agradável, com capacidade para 50 lugares. Talvez seja uma boa pedida para vários espetáculos de pequeno formato e outros monólogos. “Hoje em dia todo mundo quer ir pro Santa Roza. Se você faz uma temporada de um mês lá, todo mundo fica olhando torto pra você. Agora eu fico o tempo que eu quiser”, conta Fernando Teixeira. Ele avisa aos interessados que o espaço está aberto e, inclusive, aos domingos ele não apresenta o monólogo, portanto, a pauta está livre.

Fernando conta que ainda faltam alguns ajustes para que o lugar fique ideal para apresentações. “Já estou pensando em fazer um evento aqui que envolva outras áreas culturais como a música, não sei bem ao certo. Eu já tenho até o título: Thomas no Centro. Quem colocou esse nome pro evento foi o Alex Madureira”, informou.

Em São Paulo, a existência de pequenas salas de teatros contribuíram significativamente na recuperação de uma área marginalizada do Centro, a praça Roosevelt, onde grupos como os Satyros e Partapatões pontificam não apenas apresentando teatro de segunda a segunda como movimentando o local com o funcionamento de bares.

Guardadas as devidas proporções, é possível imaginar que a sala aberta pelo Bigorna possa contribuir para que olhemos para o Centro Histórico de João Pessoa, que está abandonado.

"Esparrela"
Onde: No Teatro Cilaio Ribeiro (Av. General Osório, s/nº - Centro - João Pessoa - tel.: 83-3241-3921 )
Quando: sextas e sábados, às 20h
Ingressos: R$ 10 (inteiro) e R$ 5 (meia)

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Jornal da Paraíba

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