VIDA URBANA
Mortes por leucemia tem redução de 16%
Hemocentro realiza nesta quinta-feira (13) campanha de doação de medula óssea; transplante de medula é esperança de cura para muitos.
Publicado em 13/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 12/07/2023 às 12:18
O número de mortes em decorrência de leucemia caiu 16% na Paraíba entre 2012 e o ano passado. De acordo com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade da Secretaria de Estado da Saúde (SIM/SES), foram 106 óbitos em 2013, 17 a menos do que em 2012. Este ano, 13 pessoas morreram de leucemia no Estado. Para reforçar o combate à doença e aumentar o número de doadores cadastrados, o Hemocentro Regional de Campina Grande realiza hoje mais uma campanha de doação de medula óssea. A ação acontece na praça da Bandeira, a partir das 8h.
Durante a campanha, uma equipe formada por assistentes sociais e enfermeiras, com o apoio da Unidade Móvel de Coleta, vai distribuir panfletos e realizar o cadastro das pessoas que desejarem participar da atividade. A assistente social Marilane Abrantes, coordenadora do setor de Médula Óssea do Hemocentro Regional de Campina Grande, explicou que o cadastro é nacional.
“Na oportunidade, é necessário que o doador apresente documento de identidade com foto. Após esse processo, o sangue será coletado e tipado por exame de histocompatibilidade (HLA) para identificar as características genéticas de cada doador. O resultado desse exame e seus dados serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea”, detalhou.
Marilane informou que 158 pessoas estão cadastradas no Hemocentro Regional de Campina Grande como doadoras voluntárias de medula óssea. Ela reforçou a importância da campanha, em função da dificuldade de encontrar doadores compatíveis. “Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o Inca, a proporção de doadores compatíveis é de 1 para 1 milhão em todo mundo e de 1 para 100 mil no Brasil. Já tivemos três casos aqui de pessoas que doaram para pacientes que estão fora do país”, disse.
TRANSPLANTE: ÚNICA ESPERANÇA DE CURA
Conforme enfatizou a coordenadora, o transplante de medula é a única esperança de cura para muitos portadores de leucemia e outras doenças do sangue e do sistema imune. Esta é a situação do acadêmico Otaviano Carneiro, 42 anos, que por conta da dedicação ao tratamento da leucemia linfocítica, diagnosticada em 2012, perdeu a bolsa e o prazo de defesa da tese de doutorado em Bioengenharia dos Sistemas Ecológicos, que cursava na Universidade Federal de São João Del-Rei, localizada no município de mesmo nome, em Minas Gerais.
“Já fiz dois ciclos de quimioterapia em Recife e tenho consulta no dia 31 de março para agendar o novo ciclo, mas a indicação do transplante veio do Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa. Nenhum parente meu é compatível, mas tenho esperança de encontrar um doador compatível”, relatou. Otaviano reside em Campina.
De acordo com a gerente executiva de regulação da SES, Mércia Coutinho, não é responsabilidade do Estado realizar transplante de medula óssea, mas sim, dos municípios.
Entretanto ela garantiu que o governo arca com as passagens e custo de estadia dos pacientes que precisam se deslocar para outros Estados para realizar o transplante. Na capital, o principal centro de referência para tratamento de pacientes com câncer, incluindo leucemia, é o Hospital Napoleão Laureano. Em Campina Grande, os pacientes podem receber tratamento no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) e na Fundação Assistencial da Paraíba (FAP).
A Gerência de Regulação da Secretaria de Estado da Saúde, através da assessoria de imprensa, explicou que atualmente não são feitos transplantes de medula óssea no Estado, porém o governo encaminha os usuários para realizar o procedimento em outros Estados por meio do Tratamento Fora Domicílio (TFD). Foram encaminhados para realizar transplantes de medula 35 usuários no ano de 2013. Em 2014, já estão em analise quatro usuários para avaliação pela equipe médica para iniciar o tratamento de transplante de medula óssea.
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