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POLÍTICA

Eduardo Campos quer desenvolvimento do NE

Pré-candidato à Presidência da República defendeu a implantação de um novo modelo econômico que inclua a região Nordeste.

Publicado em 24/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 18/04/2023 às 17:25

O governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), defendeu ontem, em Campina Grande, a implantação de um novo modelo econômico que inclua a região Nordeste no projeto integrado de desenvolvimento do país. Campos proferiu palestra, à noite, para cerca de 400 empresários, no restaurante Boi & Brasa, no Centro. Ele abordou o “Brasil de Resultados”.

O socialista ressaltou que 28% da população brasileira mora no Nordeste, no entanto, o Produto Interno Bruto (PIB) da região representa apenas 13,5% da riqueza produzida no Brasil. Além disso, somente 11% do bolo tributário nacional é destinado à região. “Em vinte anos, o PIB do Nordeste só cresceu 1,5%. Esta lógica precisa ser mudada para que o Nordeste deixe de ser visto como um celeiro de votos ou as urnas do Brasil”, pontuou Campos.

Para ele, o Nordeste deve ser pensado de forma integrada com ações efetivas para reduzir as desigualdades sociais. Eduardo Campos questionou os projetos federais para a Região, citando a Transnordestina, obra ferroviária para ligar o Porto de Pecém, no Ceará, ao Porto de Suape, em Pernambuco, além do cerrado do Piauí, no município de Eliseu Martins, num total de 1.728 km. “Como pode se construir uma Transnordestina sem um ramal para a Paraíba”, criticou o socialista.

Eduardo ainda defendeu uma reforma tributária que leve em consideração o consumo, a renda e a propriedade e que não penalize os pequenos empresários. Ele ainda criticou o Simples Nacional por cobrar imposto antecipado dos microempresários, enquanto as grandes empresas só pagam tributos após as vendas.

CRISE

O governador pernambucano também questionou os “remédios” aplicados pelo governo federal na crise econômica mundial, a partir de 2010. Como a intenção era eleger Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República, apostou-se tudo na expansão do consumo. Sem fazer os ajustes necessários nos anos seguintes, o PIB teve um crescimento muito pequeno. “O Brasil precisa melhorar a produtividade e a eficiência dos serviços públicos, preservando o estado democrático, a estabilidade econômica e a inclusão social garantidos após a ditadura militar”, frisou Campos.

Além do presidente da ACCG, Álvaro Barros; o presidente da Federação das Associações Comerciais da Paraíba, Alexandre Moura; o presidente da Fetag, Mário Borba; participaram do evento o governador Ricardo Coutinho; o prefeito Romero Rodrigues; o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Guilherme Uchôa; o empresário da Rede Paraíba de Comunicação, Eduardo Carlos; parlamentares e demais autoridades.

CONVERSAS COM CÁSSIO E AÉCIO

Antes da palestra, o governador Eduardo Campos concedeu entrevista coletiva à imprensa no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Campina Grande. Na oportunidade, ele confirmou as conversas com os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB) e Aécio Neves (PSDB), este pré-candidato à Presidência da República, mas não discutiram palanques duplos nos estados para as eleições de 2014.

“No momento, o PSB está focado na consolidação da aliança com a Rede Sustentabilidade e em torno da construção de uma proposta para governar o país”, afirmou Eduardo Campos. Ele disse que a sua união com a ex-ministra Marina Silva foi motivada pelo sentimento de defesa do Brasil.

Após a construção do programa de governo, o PSB vai tratar de alianças nos estados com o PSDB e outras legendas, priorizando as lideranças do partido, a exemplo do governador Ricardo Coutinho, que vai disputar a reeleição.

Eduardo Campos também anunciou que o PSB fará uma campanha à Presidência da República discutindo propostas para o futuro do Brasil sem personalismo e ataques pessoais contra os adversários.

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Jornal da Paraíba

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