POLÍTICA
Filho de ex-prefeita agia como 'primeiro-ministro'
Filho da prefeita de Conceição é suspeito de ser o cabeça de um esquema de faude em licitação e execução irregular de convênios.
Publicado em 09/03/2013 às 6:00
Francisco Oliveira Braga Neto, mais conhecido como 'Braguinha' – filho de Vani Braga (PSD), ex-prefeita de Conceição – está sendo apontado pela Polícia Federal (PF) como sendo o 'cabeça' de um esquema de fraude em licitação e execução irregular de convênios com recursos do governo federal. Além da ex-prefeita e do filho, dois ex-secretários municipais e empresários de seis empresas estão sendo acusados de realizar dez licitações ilegais, entre 2010 e 2012, ultrapassando R$ 7 milhões. Desse montante, quase R$ 5 milhões foi repassado aos cofres da prefeitura e pelo menos R$ 1,8 milhão teria sido embolsado pelos envolvidos.
As informações são fruto da operação 'Premier', desencadeada ontem pela Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos Públicos da PF, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), objetivando o cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão nos endereços de Braguinha, dos dois ex-secretários e de empresários. Os mandados foram expedidos pela 14ª Vara da Justiça Federal, em Patos, e foram cumpridos em endereços localizados em nove cidades: João Pessoa, Cabedelo, Conceição, Itaporanga, Livramento, Monteiro, São José da Lagoa Tapada, São José de Piranhas e Uiraúna.
O nome da operação 'Premier' faz referência ao sistema parlamentarista, onde a figura de um 'primeiro-ministro' desempenha as funções em nome da rainha. O superintendente da PF, Marcelo Cordeiro, disse que as investigações demonstram que 'Braguinha', apesar de não possuir qualquer vínculo formal com a prefeitura, atuava como se fosse prefeito, realizando tanto a contratação de empresas, como acompanhando a execução das obras licitadas: “Nosso ponto de partida foi a denúncia de um empresário que acusou o filho da ex-prefeita de cobrar 75% do valor do contrato para formalizá-lo. Se o contrato valesse R$ 100 mil, ele pedia R$ 75 mil. Como o empresário ficou insatisfeito com o acordo, procurou a PF”.
As verbas oriundas de convênios e contratos com a União eram rateadas entre Braguinha e as seis empresas beneficiárias. A PF identificou acertos e conluio entre o filho da ex-prefeita e os sócios das empresas que, muitas vezes, possuíam 'laranjas' em seu contrato social, alguns inclusive beneficiários do Bolsa Família, apesar da empresa da qual eram 'proprietários' estar executando obras milionárias.
Segundo levantamento da reportagem do JORNAL DA PARAÍBA, podem ter se envolvido no esquema as empresas Livramento Construções, Serviços e Projeto Ltda.; São Bento Construções e Serviços Ltda.; Lopes Pereira Engenharia Ltda.; Construtora Cristo Rei Ltda.; Conobre Engenharia; e Construtora e Comércio Ltda. Nenhum dos responsáveis pelas empresas foi localizado para falar sobre as investigações.
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