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CULTURA

O Sacerdote do Riso

Documentário dirigido por Letícia Sabatella, aborda o trabalho do sacerdote indígena que busca unir a tribo através do bom humor.

Publicado em 23/02/2012 às 6:30


Bem oportuno o nome da região ser Palmas, no Tocantins. Lá, no Norte do Brasil, uma tribo indígena chamada Krahô sempre bate palmas e mostra seus sorrisos, independente de toda a adversidade que seu povo sofre pela chegada do 'kupèn', o homem branco, que teima em invadir o lugar, com suas barragens ao longo do Rio Tocantins.

O motivo é o hotxuá, um sacerdote sagrado profundamente respeitado pela tribo que tem como base a alegria distribuída na comunidade. Ele é o 'palhaço' da sociedade Krahô, o 'sacerdote do riso'.

“Sabemos que o palhaço é um arquétipo universal, sempre existiu, como o bobo da corte, os palhaços da cultura popular, Bastião e Mateus etc.”, aponta, em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA, a atriz Letícia Sabatella, que estreia na direção (junto com o artista plástico e cenógrafo gaúcho Gringo Cardia) com o documentário em longa-metragem intitulado Hotxuá.

Letícia conta que o primeiro contato com a tribo foi há mais de 15 anos, devido a um laboratório teatral. “Era uma peça que utilizava mitos indígenas para falar do homem contemporâneo”, lembra a atriz e realizadora mineira. “Conheci o hotxuá já na tribo: Krokok foi o primeiro que fiquei amiga, mas não chegamos a vê-los em atividade no ritual.”

A ideia do longa surgiu a partir da própria tribo, quando os Krahôs convidaram a 'irmã-índia' Letícia para produzir um registro sobre eles, percebendo a importância de documentar a sua cultura, como forma de manter vivas as raízes. "O Gringo (Cardia) entrou no projeto quando já estávamos com tudo alavancado para irmos para aldeia", conta. "Trouxe sua contribuição de artista visual, como diretor de arte e me deu segurança de lidar com a equipe e aplicar as ideias."

Os índios apontados como hotxuás são eleitos desde pequenos, acompanhando o líder Aprakt nos ensinamentos através das descontrações usando o riso do seu povo. A câmera é focada principalmente no sacerdote, sempre animado e utilizando o poder e a força alojada no humor e nas brincadeiras para educar as crianças e fortalecer o músculo da autoestima nos adultos e anciões, preservando a sua cultura milenar.

Distribuído pela Caliban Produções, do 'cineasta dos vencidos' Silvio Tendler, o filme ainda não tem previsão de estreia nos cinemas paraibanos.

Em 2009, Hotxuá foi vencedor do Prêmio do Júri Popular no Festival de Cuiabá e recebeu o troféu Mapinguari, no FestCine Amazônia. No mesmo ano, o longa também foi apresentado no Festival de Toulouse, na França. “Muitos já viram na tribo, ou quase todos, mas não pude fazer uma sessão para eles na aldeia. A receptividade tem sido excelente e vem revertendo em oportunidades para os Krahô”, destaca a agora diretora Letícia Sabatella.

Imagem

Jornal da Paraíba

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