POLÍTICA
'Caras novas' não representam renovação na política da Paraíba
A um ano das eleições, a dura constatação de que as "caras novas" não trazem novidade.
Publicado em 05/07/2015 às 13:46 | Atualizado em 07/02/2024 às 13:17
Wilson Filho, Hugo Motta, Efraim Filho, Pedro Cunha Lima, Caio Roberto, Jullys Roberto, Camila Toscano. Além de ocupar uma cadeira no Legislativo, esses parlamentares têm outras características em comum: jovens, eles representam a renovação da política paraibana, mas também estão ligados a tradicionais grupos políticos, que há anos se revezam na ocupação de importantes cargos do Executivo e nos legislativos.
Para os partidos com tradição familiar, essa renovação tem acontecido através das gerações. É o que mostra as novas lideranças do PMDB e do PSDB, para citar exemplos. Já os partidos que não representam, na sua essência, oligarquias políticas, o desafio para preparar novos quadros é ainda maior e tem dado poucos frutos. Na Paraíba, é o caso do PT e o do PSB.
O presidente estadual do PSB, Edvaldo Rosas, acredita que o atual sistema político dificulta o surgimento de novas lideranças e que é preciso uma reforma política eficaz para evitar que o tradicionalismo se perpetue dentro dos partidos. “Não é fácil formar uma liderança hoje. Infelizmente é o próprio sistema que cria grupos, que perpetua o tradicionalismo. É importante para a democracia que se possa renovar os quadros, mas o que se vê, por exemplo, são deputados que passam anos sem vir à Paraíba e que só aparecem em ano de eleição porque possuem uma estrutura gigante”, disse.
O socialista garantiu que o partido terá uma grande renovação em 2016, lançando mais de 100 candidatos a prefeito em todo o Estado. “São pessoas do campo, da cidade, da agricultura familiar, dos movimentos sindical e negro. Também há empresários entrando no partido. Estamos criando a juventude socialista para chamar os jovens para o partido, assim como os movimentos negro, das mulheres, LGBT. Tudo isso ajuda a oxigenar o partido e formar novas lideranças”, ressaltou.
O presidente estadual do PT, Charliton Machado, admite que há, atualmente, um distanciamento do jovem com os partidos e que é preciso reaproximar o PT dos movimentos estudantil, sociais, de luta pela terra – movimentos que sempre estiveram presentes na base do partido.
Capitanias hereditárias
Wilson Filho (PTB)
Segundo deputado federal mais jovem da história da Câmara dos Deputados, o deputado é filho do ex-senador José Wilson Santiago
Hugo Motta (PMDB)
Neto da prefeita de Patos, Francisca Motta, e filho do deputado estadual Nabor Wanderley, Hugo foi eleito em 2010 o deputado federal mais jovem do país. Em 2014, se reelegeu com 123.686 votos
Efraim Filho (DEM)
Sustenta o terceiro mandato de deputado federal. É filho do ex-senador Efraim Morais e neto do ex-deputado estadual João Feitosa. O avô, Inácio Bento de Morais, também é ex-deputado estadual
Pedro Cunha Lima (PSDB)
Filho do senador Cássio Cunha Lima, Pedro foi o deputado federal mais votado na última eleição, com 179.886 votos (9,29%). Ele nunca havia disputado uma eleição antes
Caio Roberto (PR)
Filho do ex-senador e deputado federal Wellington Roberto. Ingressou na política em 2010, quando se elegeu deputado estadual. Foi reeleito em 2014
Jullys Roberto (PEN)
Filho do ex-deputado Márcio Roberto, Jullys recebeu 22.468 votos na eleição passada. Não foi eleito, mas se tornou o primeiro suplente do deputado José Aldemir (PEN) na ALPB
Camila Toscano (PSDB)
A eleição de 2014 foi a primeira incursão de Camila na política e já lhe rendeu uma vaga na Assembleia Legislativa. É filha dos ex-deputados Zenóbio Toscano e Léa Toscano
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