Falso corretor aplica golpes contra turistas

A Coordenadoria de Turismo da Prefeitura de Campina Grande denunciou à Polícia Civil um falso corretor que estava aplicando golpes contra turistas que vão participar do Maior São João do Mundo. O homem que usa provavelmente outra identidade estava oferecendo falsas hospedagens alternativas para quem deseja conhecer a festa junina da cidade. Ele usava a internet para divulgar fotos dos imóveis a serem alugados e cobrava um adiantamento de 50% do valor total do aluguel.

O golpe foi descoberto porque dois grupos de turistas, um de Natal (Rio Grande do Norte) e outro de Salvador (Bahia), procuraram a prefeitura para denunciar o falsário. Um desses grupos esteve na cidade há alguns dias para verificar o imóvel e ao chegar ao endereço fornecido constatou junto à proprietária que a casa nunca foi oferecida para aluguel.

Conforme essas pessoas relataram aos funcionários da prefeitura, os pacotes de hospedagem alternativa estavam sendo oferecidos em um site na internet, onde havia o contato do falso corretor. Ao entrar em contato com ele, o falso corretor fornecia informações sobre o imóvel, inclusive um endereço qualquer da cidade e fotos aleatórias de residências. Em caso de um sinal positivo por parte do interessado, o suspeito preparava um contrato para ser assinado, mediante o pagamento adiantado de parte do valor. No contrato constam dados falsos dele, inclusive número de documentos. Nos dois casos, os turistas não quiseram ir à polícia prestar queixa por medo de possíveis consequências. Eles apenas procuraram a Coordenadoria de Turismo para pedir que eles divulguem o golpe e evitem novas vítimas.

O gerente de eventos da Coordenadoria de Turismo da prefeitura de Campina Grande, Bruno Régis, informou que já entregou o caso à Delegacia de Defraudações da cidade, que irá apurar o caso. Bruno disse que tentou localizar o site ou alguma rede social do falso corretor, mas não obteve sucesso.

As poucas informações que a prefeitura tem foram fornecidas pelas vítimas do golpe. De acordo com Bruno, os dois grupos chegaram a fazer depósitos em uma conta informada pelo golpista. Conforme ele revelou, uma dessas famílias pagou um adiantamento estimado em R$ 4 mil. Ele conta ainda que as falsificações dos documentos vistos por ele eram grosseiras, como o número de uma identidade contendo cerca de 20 dígitos. Infelizmente, salientou Bruno, as vítimas não tinham como identificar tais fraudes porque são de fora e não conhecem a realidade da cidade.

O gerente de eventos alerta aos interessados em alugar hospedagens alternativas para que procurem apenas os imóveis credenciados pela prefeitura. Esses locais foram vistoriados por órgãos como Vigilância Sanitária e Defesa Civil e tiveram o pagamento do IPTU verificado pela prefeitura.

Bruno Régis destacou ainda que outras possíveis vítimas do falso corretor devem procurar a polícia para prestar queixa ou a Coordenadoria de Turismo. Ele também lembra que a prefeitura não participa das negociações ou das transações financeiras com os proprietários dos imóveis. Sua única função é intermediar o contato entre as partes interessadas.