VIDA URBANA
Situação de risco: Bica recebe 40 animais debilitados em 2 meses
Espécies estão sendo tratadas para permanecerem no local ou serem devolvidas à natureza.
Publicado em 17/06/2015 às 11:34 | Atualizado em 07/02/2024 às 17:25
A coruja orelhuda, encontrada ainda no ninho em uma área que estava sendo desmatada para construção, chegou ao Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), no Tambiá, em João Pessoa, há cerca de um ano. Como ela não teve a chance de aprender a desenvolver o extinto animal com a mãe, como voar e caçar, está sendo treinada no parque para ser usada na educação ambiental junto aos visitantes. Assim como ela, nos últimos dois meses, cerca de 40 animais de diferentes espécies chegaram à Bica, onde estão sendo tratados para permanecerem no local ou serem devolvidos à natureza.
Segundo o veterinário e chefe da Divisão de Zoológico da Bica, Thiago Nery, em épocas de queimadas, como a que se registra no momento, chegam animais que vivem em canaviais, como tatu, guaxinim, tamanduá-mirim e timbu. Esses três últimos são os moradores mais novos da Bica, que chegaram há 15 dias, ainda filhotes.
“Eles estão sendo tratados, alimentados e treinados para serem transferidos para os recintos, onde poderão ser visitados pela população, ou serão destinados à recepção de crianças, idosos e deficientes para terapias em grupo”, ressaltou. Para chegar a esse estágio, é preciso pelo menos 4 meses de treinamento.
Thiago Nery disse que, recentemente, chegaram algumas espécies de passeriformes (pássaros) e psitacídeos (aves de bico semelhantes aos da arara, como papagaios, jandaia e periquitos). Esses animais que chegam ao parque são oriundos do tráfico, de maus-tratos ou vítimas de atropelamentos, devido às vias públicas estarem muito próximas às áreas de mata na cidade.
“Nós tentamos reabilitá-los o mais rápido possível para devolvê-los à natureza, por se tratarem de animais selvagens e não precisarem estar em cativeiro, mas quando decorrem do tráfico, geralmente chegam ao parque mutilados, cegos e com um quadro de desnutrição grave. Estes, depois de tratados, continuam na Bica, uma vez que já são acostumados ao convívio humano. O mesmo acontece quando chegam filhotes, como a coruja orelhuda, pois caso fosse reinserida na natureza ela seria facilmente uma presa para os seus predadores”, explicou.
Thiago Nery disse que ainda há os animais que chegam, diariamente, por meio do resgate da Polícia Ambiental, que passam por uma avaliação, onde se verifica se eles precisam de um determinado tipo de tratamento, depois também são devolvidos à natureza. “Alguns animais passam apenas sete dias, outros chegam a ficar com a gente por dois meses, dependendo do tratamento”, frisou.
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