icon search
icon search
home icon Home > política
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

POLÍTICA

IstoÉ destaca atuação de Efraim Filho no combate à obrigação do serviço militar

No plenário, os parlamentares rejeitam a tese das Forças Armadas e do Ministério da Defesa, de que, se o alistamento for voluntário só atrairia pobres e analfabetos.

Publicado em 07/07/2009 às 11:13

Da Assessoria do Parlamentar

A revista IstoÉ traz, na edição do mês de junho uma reportagem que destaca a luta de parlamentares brasileiros contra a obrigatoriedade do serviço militar. Entre os deputados citados está o paraibano Efraim Filho (DEM), relator da Proposta de Emenda à Constituição que torna o serviço facultativo.

"Os jovens de hoje buscam uma carreira cada vez mais cedo. Muitas vezes eles querem servir à pátria, não como soldados, mas como engenheiros e médicos", afirma Efraim, em um trecho da reportagem assinada pelo jornalista Cláudio Dantas Serqueira.

No plenário, os parlamentares rejeitam a tese das Forças Armadas e do Ministério da Defesa, de que, se o alistamento for voluntário só atrairia pobres e analfabetos. Ao contrário, a classe política defende que essa argumentação tem por finalidade convencer a sociedade a continuar arrancando a vocação à força, todo ano, de 1,6 milhão de rapazes.

Veja, abaixo, a íntegra da reportagem:

Nas famílias brasileiras de classe média, quando os filhos completam 18 anos, os pais vivem o drama do alistamento militar obrigatório. Quase todos temem o prejuízo para o estudo ou o trabalho com a interrupção de um ano para prestar o serviço nos quartéis. Nos lares das classes mais baixas, o tormento é o risco de perder o emprego de soldado para os concorrentes - já que a oportunidade é vista como uma das poucas chances de fugir da exclusão do mercado de trabalho. Entre o pesadelo e o sonho, uma certeza: a obrigatoriedade significa para o cidadão um cerceamento à liberdade de escolha, seja para aqueles sem vocação, seja para os jovens que almejam a carreira militar. Vários países - sobretudo no mundo desenvolvido - aboliram a obrigatoriedade (em tempos de paz) e outros encontraram saídas menos impositivas. Mas o Brasil está atrasado. Bastou a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovar a proposta de emenda constitucional que institui o serviço militar facultativo para homens e mulheres de 17 a 45 anos para provocar uma forte reação do governo.

A derrubada do serviço militar na CCJ é significativa e um sinal de que, no plenário, a tese de que se o alistamento for voluntário só atrairia pobres e analfabetos, como argumentam as Forças Armadas e se agarra o Ministério da Defesa, não é forte o suficiente para convencer a sociedade de que a melhor opção é continuar arrancando a vocação à força, todo ano, de 1,6 milhão de rapazes. "Os jovens de hoje buscam uma carreira cada vez mais cedo. Muitas vezes eles querem servir à pátria, não como soldados, mas como engenheiros e médicos", afirma o deputado Efraim Filho (DEM-PB), relator da emenda.

Além da qualidade do contingente, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica temem uma redução abrupta dos efetivos brasileiros. "Hoje, um país forte é aquele que possui um Exército profissional", rebate Efraim.

Jobim e o ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, ao traçar a Estratégia Nacional de Defesa, marcham em direção oposta à proposta de Efraim e determinaram "o reforço" do serviço militar obrigatório.

O gabinete de Jobim está trabalhando nas regras que definirão o novo perfil socioeconômico dos militares, dentro do espírito que Mangabeira chama de "nivelador republicano". O objetivo é evitar que os filhos de políticos ou grandes empresários escapem de se alistar, como sempre ocorreu. O que Jobim e Mangabeira ignoram é que para a elite a retomada de uma carreira ou dos estudos é muito mais fácil. Ao contrário da classe média e daqueles jovens mais pobres que - sem conseguir a vaga de recruta - são empurrados para outras atividades. Até para o crime.

Mas a emenda de autoria do deputado Silvinho Peccioli (DEM-SP)não é uma iniciativa isolada. Há pelo menos oito propostas com conteúdo semelhante tramitando no Congresso. Além disso, aguardam decisão do Supremo Tribunal Federal 41 ações contra o atual modelo de recrutamento, a baixa remuneração dos recrutas e os parcos benefícios. Os processos entrariam na pauta no início deste mês, mas acabaram sendo adiados por pressão da caserna. Mesmo quem já serviu defende a liberdade de escolha. "Servi, mas me arrependi. Eu estava no 3º ano do ensino médio quando me alistei e foi muito cansativo. Perdia várias aulas, e meu desempenho caiu", afirma o designer gráfico Márcio Adriano Souza Silva. Embora diga que aprendeu muita coisa no Exército, Silva, 27 anos, não recomenda a experiência ao irmão mais novo. "Meu irmão tem um bom emprego. Não vale a pena largar o trabalho", diz.

Nem todos são iguais

O mecânico Vanderson Portela, 33 anos, sempre quis servir, mas também concorda que o ideal é o alistamento voluntário. "Quando me alistei, não tinha nem o ensino fundamental completo", diz, refletindo as estatísticas que mostram que apenas 24% dos alistados completaram esse nível educacional.

"Dentro do quartel consegui estudar, aprender uma profissão e viajar para outros países", conta Portela, que acabou ficando nove anos no Exército e chegou a integrar o contingente brasileiro na missão de paz das Nações Unidas em Angola, entre 1995 e 1997. "Mas quem não queria servir acabava dando trabalho e tirando a vaga de quem estava a fim. Acho que seria uma boa se fosse facultativo", comenta.

O administrador Alan Alves Lopes pensa diferente. Vindo de uma família de classe média baixa, ele diz que encontrou no Exército a possibilidade de ter uma profissão e oferecer uma vida melhor para a família.

"Para mim, foi uma boa oportunidade. Me formei e comecei a trabalhar com administração pública, com licitações dentro do Exército", afirma Lopes, que até hoje presta serviço para a caserna. Rafael Wescley, 18 anos, porém, é frontalmente contrário ao serviço obrigatório: "Eu já estou estagiando e ainda estudo à noite. Se tiver que servir, só vou perder."

O estudo "Serviço Militar Obrigatório Versus Serviço Militar Voluntário: O Grande Dilema", dos consultores legislativos Fernando Carlos Wanderley e Sérgio Fernandes Senna, simpático às Forças Armadas, mostra que os países que instituíram o serviço militar voluntário tiveram que elevar salários para atrair os recrutas. Sem dúvida, é um argumento a favor dos militares.

Mas não responde a uma questão básica: pode o País, em tempos de paz, diante dos desafios econômicos do século XXI, dispor de um ano de vida de seus cidadãos de 18 anos e dizer o que é melhor para eles?

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp