CULTURA
Marcelino Freire lança duas obras pela editora Edith
Romances romances levam títulos das regiões inusitadas: Onde Judas Perdeu as Botas (144 pág. R$ 40) e Casa do Chapéu (106 pág. R$ 40).
Publicado em 02/10/2011 às 6:30
Tudo começou como uma paródia da coleção 'Amores Expressos', da Companhia das Letras, que financia a edição de romances ambientados em diferentes partes do mundo, despachando escritores para os destinos escolhidos como cenário da ficção.
"Não tínhamos dinheiro para mandar nossos escritores para a Europa, então resolvemos mandá-los para lugares fictícios, como o 'Inferno' ou a 'Casa da Mãe Joana'', explicou Marcelino Freire, fundador do selo editorial Edith.
Marcelino esteve semana passada na 8ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco apresentando os dois primeiros títulos da coleção 'Que Viagem'. Os romances levam exatamente os títulos das regiões inusitadas que os escritores Gisele Werneck e André Sala toparam visitar, respectivamente: Onde Judas Perdeu as Botas (Edith, 144 páginas, R$ 40) e Casa do Chapéu (Edith, 106 páginas, R$ 40).
As obras estão disponíveis para compra em suas versões digital e impressa por meio do site (visiteedith.com). A coleção é a linha de frente do catálogo da editora, que foi inaugurada com a publicação de Amar é Crime (Edith, 172 páginas, R$ 24,90), livro de contos de Marcelino Freire que saiu após a sua ruptura com a Editora Record.
"Saí da Record em 2010 após um ano em que tive duras perdas, em decorrência da morte da minha mãe e de uma sucessão de tragédias ocorridas com colegas como o Glauco, o Roberto Piva e o Alberto Guzik", lembrou o escritor pernambucano. "Fiquei transtornado quando, após um ano de tamanha orfandade, a grande discussão no mercado editorial brasileiro era a disputa do Jabuti entre Chico Buarque e Edney Silvestre", completou Marcelino.
A Edith foi lançada na Balada Literária daquele ano, evento que Marcelino organiza em São Paulo desde 2005 e que, este ano, ocorre entre os dias 16 e 20 de novembro.
Segundo Marcelino, a proposta é que a editora funcione, a princípio, em sistema cooperativo, reunindo um 'capital afetivo' para o lançamento de autores estreantes e nomes que estão fora do circuito comercial já visado pelas grandes editoras do país.
"Ainda não estamos preocupados com a distribuição e todos os livros da editora podem ser obtidos através do site. Felizmente, ainda não encalhamos um só livro desde que começamos a editá-los, na Balada Literária", diz Marcelino, que prevê uma nova escalação de colaboradores para dar andamento à coleção 'Que Viagem'.

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