Candidatos levam à Justiça denúncia de 'apadrinhamento' em concurso

Karoline Zilah
Com informações de George Wagner

Depois da polêmica do concurso público de Mamanguape, onde representantes da prefeitura são investigados por supostamente beneficiarem parentes e amigos nos resultados, agora é a seleção do município de Santa Cruz que vira caso de Justiça. Moradores da cidade localizada no Sertão paraibano levantaram suspeitas de 'apadrinhamento político' entre os aprovados no concurso. As denúncias devem ser encaminhadas ainda esta semana à promotoria do Ministério Público Estadual em Sousa.

De acordo com os participantes do concurso de Santa Cruz, parentes e aliados políticos do prefeito Raimundo Antunes (PT) teriam recebido apoio da administração para ficar entre os classificados para as 60 vagas oferecidas no serviço público.

Além de parentes do prefeito, constam na relação de aprovados os nomes de vários integrantes da equipe de auxiliares do prefeito, o que motivou os reprovados a se mobilizarem por meio de uma ação judicial.

Entre os aprovados estão: o presidente da Câmara Municipal, vereador Alberto Duarte de Sousa, para o cargo de motorista categoria D; a nora do prefeito, Simone Ferreira da Silva (para cirurgiã dentista); o secretário de Obras Jean Carlos Antunes Cassimiro, para a função de motorista categoria D; e a secretária Chefe de Governo, Albaniza Fernandes Antunes, para o posto de supervisora escolar.

O presidente da comissão organizadora do concurso, Laílson Fontes, respondeu às denúncias. “O certame foi conduzido com total seriedade. Não se registrou nenhuma irregularidade”, comentou.

Fontes afirmou que todas as pessoas aprovadas tiveram seus méritos dentro do que estabelece a constituição brasileira. “Todos têm o direito constitucional de participar de concursos públicos, com exceção de minha pessoa que preside a comissão organizadora e do próprio prefeito, mas os demais têm total direito e se foram aprovados foi porque tiveram a devida competência”, respondeu.

Denúncias em Mamanguape

As suspeitas são semelhantes às investigadas pela promotora Ana Caroline Almeida Moreira em Mamanguape. O diretor executivo da Advise Consultoria, Clênio Melo, negou as acusações. O chefe de gabinete Elisandro Bezerra Barbosa também negou os benefícios e disse que o fato de alguns aprovados serem empregados da Prefeitura atualmente não os impedem de participar do concurso.