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POLÍTICA

Temer concede aumento 'cala-boca' a servidores dos Três Poderes

Reajustes dos salários, aprovado pela Câmara Federal, vai gerar um rombo de 60 bilhões.

Publicado em 02/06/2016 às 19:30

A aprovação do pacote de reajustes dos salários dos servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário pela Câmara Federal, com apoio total do governo provisório, foi uma espécie de “cala-boca” do presidente interino Michel Temer. Decisão política, sem levar em conta a peleja econômica. Nesse caso, a ideia foi evitar mais desgaste, mesmo que fosse para ampliar o rombo.

Não tem justificativa técnica que convença. O governo cavou mais um buraco nas contas em nome de ter mais apoio ‘simbólico’ para transformar o governo interino em permanente. “Depois a gente vê o que faz, mas agora resolve esse problema” deve ter dito algum auxiliar de Temer.

O consolo para evitar mais desgaste com servidores vai gerar um rombo de 60 bilhões. Já estava previsto pelo governo Dilma, alegam os defensores. Mas, entre planejar e efetivar há uma diferença enorme. Com bolso mais cheio, poucos irão se preocupar agora com instabilidade, pedaladas, créditos suplementares.

Efeito cascata

Lembrando que o efeito é em cascata. Com o aumento teto salarial do ministro do Supremo, de R$ 32 mil para R$ 39 mil, crescem também os vencimentos de todos os juízes estaduais, parlamentares, governadores, servidores de alto escalão. Enfim, com o poder de compra do cidadão comum indo pelo ralo, sem perspectiva de crescimento, um reajuste desse só vai ampliar ainda mais o desigual cenário de injustiças.

Aqui vai um alerta. Não é nenhuma crítica ao merecimento do reajuste. Acredito que boa parte dos servidores até merece. Alguns, segundo dizem, não têm aumento real há mais de 10 anos. Mas o aumento “do mínimo” e de algumas categorias, baseado na inflação, também não é real.

Em alguns casos dos servidores públicos, no entanto, ao longo desse mesmo tempo, foi possível inserir pequenos aumentos, gratificações, auxílios, penduricalhos que vitaminaram o montante e que agora não serão retirados. A generalização abre margem para injustiça, mas acredito que era preciso esperar.

Contrassenso

Para muitos é um contrassenso. Temer fala em fazer sacrifício de manhã e à tarde apoio uma medida nessa linha. Fala em herança maldita, mas sinaliza que vai ampliar o buraco com único objetivo de se fortalecer e se manter no governo. Difícil levar a sério. O sacrifício é seletivo. Negociação política se sobrepondo ao interesse geral.

Enterrando Dilma de vez

Em outra frente, a Comissão Especial do Impeachment do Senado, presidido pelo paraibano Raimundo Lira (PMDB), resolve aceitar intervenção de parlamentares que querem acabar mais rápido com o velório de Dilma. Usaram o Código Penal para manobrar os prazos e enterrar logo o corpo. Diminuir 20 dias o prazo para a análise final do processo. Senadora Simone Tabet (PMDB-MS) fez o pedido.

Nesse caso, também não há convencimento técnico. É apenas político. É receio de ver a “defunta” ressuscitar. Medo de outros trechos da gravação de Machado (ex-presidente da Transpetro) derrubar mais um ministro, além de Jucá e Fabiano Silveira. Com o tempo, a crise política pode aumentar e revelar o intestino grosso desse governo. Escancarar que ele é tão podre quanto o outro. Vem aí Expedito Machado, o Didi, filho do homem-bomba. Na manga, informação de como a cúpula do PMDB mandou dinheiro para o exterior.

No Senado, sinais de que tem parlamentar desconfiado das intenções governo provisório; falam em mudar de voto para evitar o impeachment e recomeçar de outro jeito. Tem medo de ter aprovado um governo velho, com práticas e esquemas que as panelas tentaram tirar. As panelas que agora silenciam.

Com tantos alertas de que a alma tem condições de voltar para o corpo, adiantar o julgamento final é uma estratégia política da vez. Seria agosto, pode ser julho.

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Jornal da Paraíba

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