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CULTURA

Paraibanos relembram convívio com o percussionista Naná Vasconcelos

Músico pernambucano morreu na quarta-feira (9) aos 71 anos,  após uma luta contra o câncer.

Publicado em 10/03/2016 às 8:00

“Acredito que através do som você pode 'ver'. Se faço sons de selva, o público se sentirá entrando em uma selva”, comparava Naná Vasconcelos na última entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA, no final de 2011, em virtude da sua derradeira apresentação em João Pessoa, através do projeto Música do Mundo. O nome do show: O Bater do Coração.

Ontem foi silenciado o batuque cardíaco do renomado percussionista pernambucano, aos 71 anos, vítima de um câncer pulmonar. Apesar da enfermidade, este ano Naná participou da abertura do Carnaval do Recife (PE) no Marco Zero na companhia de 400 batuqueiros e do conterrâneo Lenine.
Um dos bastiões da percussão no mundo, ele relembrava que se tornou um músico profissional aos 12 anos, autodidata. Recebeu oito prêmios Grammy e, no ano passado, o título de doutor honoris causa pela UFRPE. Participou da criação musical desde espetáculos de balé até trilha sonora para o cinema – dentre outras produções está a animação brasileira indicada ao Oscar O Menino e o Mundo.

“A música vai do silêncio ao grito”, definiu ao Diário de Pernambuco. De acordo com o próprio Naná, ele e o catarinense Airton Moreira introduziram a percussão no universo jazzístico. “No jazz tinha os latinos que tocavam bongôs, maracas... era o latin jazz. E quando brasileiros como eu e o Airton entramos lá na roda, bagunçou todo o coreto: era pinico, caçarola, apito, grito... Todo mundo queria ter um the brazilian boys”.

Para o músico paraibano Pedro Osmar, que participou de uma oficina no final dos anos 1980 ministrada por Naná, o pernambucano era um verdadeiro mestre. “Além de um excelente músico, ele era um grande professor com sua base de atuação na negritude”, avalia Osmar. “Um dos seus primeiros discos, Amazonas (1973), abriu muitos entendimentos para o Jaguaribe Carne”.
Amiga de longa data, a paraibana Elba Ramalho manifestou seu pesar nas redes sociais, colocando uma foto ao lado do ídolo: “As alfaias serão sempre tocadas em sua homenagem! Descanse em paz, queridíssimo Naná Vasconcelos”, escreveu.

UM ORIXÁ DO SOM

Há dois anos, o paraibano André Morais tomou coragem e um pouco de 'cara dura' para agendar com a produção uma visita à casa do artista no Recife. O motivo? Convidá-lo para participar do seu segundo disco, Dilacerado.

Depois de ver seus prêmios Grammy e seu piano de cauda, Naná – que estava “meio ressabiado” – se abriu quando o produtor Pedro Medeiros pegou o violão para mostrar ao percussionista o repertório.
O resultado foi a participação de Naná em duas faixas: 'Confissão' e 'Deserto', composições de Morais e Seu Pereira. “(Na gravação) parecia improviso, mas ele era muito consistente”, relembra o paraibano. “Ele ficava jorrando som o tempo todo. Se nós não acompanhássemos, ele ia embora”.

André Morais define o músico como um Orixá que desceu à Terra. “Ele trouxe para as pessoas uma musicalidade muito livre e expansiva”.

Já o percussionista pernambucano radicado na Paraíba Escurinho conheceu Naná Vasconcelos no começo dos anos 1980. “Éramos amigos. Ouvia muitos conselhos e elogios dele”, conta. “Naná tinha uma sensibilidade muito aguçada, inclusive nas causas sociais, principalmente com crianças”.

Eleito oito vezes o melhor percussionista do mundo pela revista norte-americana Down Beat, o artista falava a Escurinho que mais importante que a virtuose era tentar fazer músicas para agradar as pessoas.

“Quando esteve aqui, dizia que ia pro hotel 'olhar para dentro'. Agora, Naná está 'olhando para dentro' eternamente”, conta Escurinho.

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Jornal da Paraíba

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