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CULTURA

'In Utero' do Nirvana faz 20 anos

Apenas 7 meses depois do lançamento do último disco do Nirvana, o vocalista Kurt Cobain saía de cena para entrar para história.

Publicado em 09/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 17/04/2023 às 16:08

Quando In Utero chegou às lojas, em setembro de 1993, o Nirvana já fazia barulho de ponta a ponta do globo. Muito barulho. Em apenas 4 anos, a banda formada em Seattle não só tinha dado ao mundo uma obra-prima (Nevermind, 1991), como essa obra-prima faria o planeta virar de ponta a cabeça, mexendo não só com estética, comportamento e gosto, mas também com o mercado – afinal, uma banda dita “alternativa” chegava ao topo das paradas de sucesso, mudando os rumos dos negócios para sempre.

Foi sob essa pressão que In Utero foi feito. Pressão que atingiu Kurt Cobain (1967-1994) em cheio. Apenas 7 meses depois do lançamento do terceiro (e último) disco do Nirvana, o vocalista, guitarrista e principal letrista do power-trio saía de cena para entrar para história (e como sócio emérito do famigerado Clube dos 27). Era também o fim da banda.

Depois da morte de Cobain, alguns fãs começaram a enxergar mensagens nas letras de In Utero aludindo ao final trágico. Em recente entrevista à Rolling Stone EUA, o ex-baixista Krist Novoselic desconversou: “Eu nunca interpretei nenhuma música dele. Kurt não fazia isso. Dava para interpretar o que quisesse das letras dele”.

O ex-baterista e hoje front man do Foo Fighters, Dave Grohl, também na Rolling Stone, afirmou que não consegue ouvir o disco sem pensar no vocalista. "O disco tem que ser ouvido da mesma maneira que foi quando ele saiu", comentou. "Esse é o meu problema com o disco. Eu costumava gostar de ouvi-lo, mas não o faço mais, justamente por isso."

Grohl prossegue: "Para mim, se você ouve sem pensar na morte de Kurt, você consegue chegar à intenção original do disco. Por exemplo, meus filhos. Eles sabem que eu era do Nirvana. Eles sabem que o Kurt morreu. Eu não contei para eles que ele se matou. Então, quando eles ouvem In Utero, eles obtêm aquela perspectiva fresca - a intenção original do álbum, como ouvido pela primeira vez. Algum dia, eles saberão o que aconteceu. E vai mudar tudo. Mudou para mim".

Quando entraram no estúdio, em Minnesota (EUA), entre os dias 14 e 24 de fevereiro de 1993, Cobain, Novoselic e Grohl tinham a missão de conceber o sucessor de Nevermind, tarefa nem um pouco fácil para grupo nenhum, ainda mais um que mal havia saído das fraldas.

A ideia era um disco anti-comercial, barulhento, angustiado, que acabou por expressar o que o vocalista sentia naquele momento, de sua posição do auge do sucesso – tanto que Kurt Cobain queria chamá-lo de I Hate Myself and I Want to Die (“Eu me odeio e quero me matar”). Piada de humor negro que, naquele momento, não se sabia até que ponto era piada.

Escalaram para a missão o produtor Steve Albini, já que Kurt gostara do trabalho que ele fizera com Suffer Rosa (1988), dos Pixes. Mas a gravadora Geffen não gostou do resultado. Achou pouco comercial para os interesses dela. Escalou, então, o produtor Scott Litt (que trabalhava com o R.E.M.) para tentar “salvar” pelo menos duas músicas, tornando-as mais palatáveis ao gosto das paradas. E foi assim que ele remixou ‘Heart-shaped box’ e ‘All apologies’.

Equilibrando-se entre o artístico e o comercial, In Utero cumpriu sua sina como raros discos de rock: ao mesmo tempo que exorcizou os demônios de um vocalista angustiado (fala-se que Cobain teve crises de choro durante as gravações) em uma linguagem (quase) sem concessões, alcançou o topo dos mais vendidos, desbancando medalhões como Michael Jackson. E todos ficaram felizes. Ou não.

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Jornal da Paraíba

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