Brando ressurge em cópia restaurada

Intensa, visceral, profunda. Uma das grandes adaptações do teatro para o cinema está de volta às prateleiras, agora em alta definição. Uma Rua Chamada Pecado (A Streetcar Named Desire, 1951), de Elia Kazan, acaba de sair em blu-ray, com cópia restaurada em 1080p e transferência em 1.37:1 (preservando o aspecto original) e com áudio ‘lossless’ DTS-HD Master em mono, ou seja, sem perda de qualidade.

A partir do texto primoroso do escritor Tennessee Williams, Kazan levou a peça Streetcar Named Desire inicialmente à Broadway, com Jessica Tandy e Marlon Brando encabeçando o elenco, mas na hora de chegar a Hollywood, foi Vivien Leigh quem personificou a conturbada Blanche, "porque tinha mais nome no cinema".

O comentário foi feito pelo próprio Kazan no ótimo documentário (de pouco mais de uma hora) sobre sua filmografia, que acompanha os extras do blu-ray. Aliás, ‘Elia Kazan: a Jornada de um Diretor’ já estava presente nos extras da edição dupla em DVD, lançada há alguns anos, assim como os demais featurettes da edição.

Mesmo sem novidades nos extras, que são ótimos (ainda há featurettes sobre a peça na Broadway e sobre Marlon Brando, entre outros), o BD se justifica a partir da ótima transferência do filme (que sai com três minutos adicionais, censurados na primeira versão em DVD) para alta definição.

Eleito em 2007 pelo American Film Institute como um dos 50 grandes filmes de todos os tempos, Uma Rua Chamada Pecado levou cinco, dos 12 Oscar a que foi indicado, incluindo o de melhor atriz para Vivien Leigh pela sua interpretação magistral de mulher conflituosa que se instala na casa da irmã (Kim Hunter) e tem que aturar o cunhado brigão (Brando). (André Cananéa)