De menino a rapaz

Vindo do Rio Grande do Norte, Romualdo Palhano chegou à cidade de Itabaiana, no Agreste, aos 8 anos.

Às 3 horas da madrugada, em setembro de 1969, o menino descia de uma 'Maria Fumaça' da Rede Ferroviária do Nordeste com dez parentes e mais outra dezena de malas, sacos, sacolas e pacotes.

Na memória, ecoava a frase dita pelo astronauta Neil Armstrong, que pisara pela primeira vez na lua dois meses antes: “Este é um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade”.

É assim que começa Eu e a Rainda do Vale: De Menino a Rapazinho (Sal da Terra, 168 páginas, R$ 15,00), livro de memórias que o autor lança hoje em João Pessoa, às 19h, no Sebo Cultural, e amanhã em Itabaiana (a 'Rainha do Vale' de sua infância), às 19h, no Ponto de Cultura Cantiga de Ninar.

O relato é o segundo volume de sua bibliografia que tem a cidade do Baixo Paraíba como cenário.

O primeiro, O Teatro na Terra de Zé da Luz – Da União Dramática ao GETI (2011), narra a trajetória das artes cênicas, do berço do poeta alfaiate até a criação do Grupo Experimental de Teatro de Itabaiana (o GETI), do qual o próprio Palhano é membro atuante.

É que, além de escritor, Romualdo é graduado em licenciatura em Artes Cênicas e mestre em Serviço Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). É também pós-doutor em Teatro pela UFPB e, atualmente, é professor da Universidade Federal do Amapá (Unifap).

Sua bibliografia é vasta: de 1988, quando se incursionou pela poesia com Grito Incontido (Independente, 1988), à atual publicação, são 12 obras entre poemas, literatura infantil e dramaturgia.

Segundo Romualdo Palhano, mais três livros estão programados para serem lançados este ano, entre eles a coletânea de poemas escritos por ele e por seus rebentos, que herdaram sua verve lírica e biográfica.