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VIDA URBANA

Busca da selfie perfeita pode ultrapassar limites

Objetivo pode ser visto como um desafio a ser enfrentado ou revelar aspectos patológicos.

Publicado em 17/01/2016 às 8:00

Para a especialista em mídias sociais Cândida Nobre, a selfie está relacionada com a autoestima de cada usuário das mídias sociais e ela não é, em si, um problema. “Sempre tivemos a necessidade de nos elaborarmos socialmente da melhor maneira que julgamos possível. O problema é quando isso se torna uma fixação e passa a interferir em outros processos de sua vida, como ser angustiante a busca da selfie 'perfeita' ou deixar de aproveitar um momento e fixar-se apenas em produzir uma selfie”, pontua.

Ela explica que a selfie pode ser entendida como uma escolha que a pessoa faz de sua melhor autoimagem. “Ela é a garantia de que os outros o verão da melhor maneira, de acordo com a perspectiva que o indivíduo tem de si próprio. Muitas vezes, serve também como testemunha de ter estado em determinado lugar, frequentado aquela festa e assim por diante, mas naturalmente tendo como foco a melhor construção de si mesmo”, explica a especialista.

Em relação às pessoas que até se arriscam, seja em prédios altos ou ignorando o cerco de segurança da falésia do Cabo Branco, como relatado pela reportagem, Cândida Nobre analisa de duas formas. A primeira dela é a naturalidade com a qual o ser humano coloca desafios com a intenção de quebrá-los. “Se pensarmos no número de modalidades esportivas em que os sujeitos colocam a vida em risco - e muitas vezes com acidentes fatais - podemos entender que há um grupo de pessoas que se sente confortável ao viver tentando desafiar esses limites, o que não é necessariamente ruim”, diz.

Já a segunda análise é feita sobre a negligência e os aspectos patológicos. “Há alguns relatos de pessoas que perderam o controle do carro simplesmente porque tiravam selfies enquanto dirigiam, sem aparentemente nenhum desafio de limites envolvido no contexto, e isso pode sim, ser visto como um sintoma bastante problemático”, completa. “Podemos fazer um paralelo com o caso das pessoas que estão ultrapassando o cerco de proteção da falésia do Cabo Branco: apesar de sabermos que não é certo e termos sinalizações claras a este respeito, à primeira vista, não parece ser um comportamento capaz de oferecer graves riscos”, conclui.

O Corpo de Bombeiros alerta para o perigo . “Nós sabemos que é um local muito bonito e um ponto turísticos importante, mas há muitos avisos sobre os riscos de desmoronamento na falésia, então quem for até lá, está se colocando em um situação de perigo desnecessário”, alerta o tenente Bezerra, vistoriador da Diretoria de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros.

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Jornal da Paraíba

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