VIDA URBANA
Invasão causa transtornos
Invasão ao antigo prédio do INSS no Ponto de cem Réis incomoda comerciantes vizinhos. Brigas entre traficantes são comuns na área.
Publicado em 27/03/2012 às 6:30
Ocupado por ex-moradores de rua e usado como ponto para consumo de drogas, o antigo prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no Ponto Cem Réis, no centro de João Pessoa, se tornou um incômodo vizinho para os comerciantes do local. A falta de segurança, de higiene e a fedentina provocada pela ocupação irregular do edifício abandonado são algumas das reclamações de quem trabalha na região.
Os comerciantes da Galeria Jardim, que fica ao lado do imóvel, dizem ser os maiores prejudicados com a situação em que se encontra o edifício histórico. Um joalheiro, que pediu para não ser identificado, disse que os assassinatos e as brigas entre traficantes de drogas no local se tornou comum e teme por sua segurança. “Passamos por eles como se não estivéssemos vendo nada demais, pois tememos por nossa vida. Temos medo até de comentar sobre isso”, afirmou.
Presidente da Federação Paraibana de Halterofilismo e proprietário da academia de ginástica Paraíba Halteres Clube, no primeiro andar da Galeria Jardim, o professor de educação física Agamenon Porto disse que resolveu deixar o local após 30 anos de atividades devido à falta de condições. “Não tem como os atletas treinarem com o fedor insuportável que vem de lá. O pessoal acumula lixo, entulho, há ratos enormes, baratas, quando chove é que piora tudo”, disse.
O tráfico de drogas e a violência entre os invasores, para Agamenon, entretanto, são motivos ainda mais graves. “Quase todo dia aparece um morto. Vivemos na insegurança. Pior que sabemos que eles são tão vítimas quanto a gente, pois muitos não têm para onde ir e a Prefeitura não faz nada para dar uma moradia digna a esse pessoal. Já ouvimos relatos que grupo de movimentos pró-moradia chegam a cobrar R$ 10,00 por cabeça e por semana para que a pessoa continue morando lá”, comentou.
O secretário de Habitação Social de João Pessoa, José Guilherme Barbosa, explicou que o prédio foi arrendado pelo Ministério das Cidades e será revitalizado para construção de dez apartamentos por andar, num total de 50 unidades habitacionais.
“Realizamos estudos para adequar a arquitetura do prédio com a finalidade pretendida pelo governo federal. Além das moradias, o prédio terá lojas comerciais no térreo para viabilizar a questão da moradia social, para que os futuros moradores tenham condições de arcar com os custos de manutenção do imóvel”, disse Barbosa.
O grande impasse, explicou o secretário, diz respeito às intervenções necessárias que precisariam ser feitas na estrutura do prédio, que é tombado pelo Patrimônio Histórico e Arquitetônico de João Pessoa. “Estamos junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional da Paraíba (Iphan) para chegarmos a um consenso, pois a sua estrutura foi projetada para abrigar somente escritórios e para transformar em moradia.
precisamos de reformas que, por se tratar de prédio tombado, não são permitidas”, afirmou.
AÇÃO POLICIAL
O comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar da Paraíba, coronel Almeida, garantiu que reforçou a segurança nas ruas do Centro da capital. Uma das ações policiais desencadeada na semana passada resultou na prisão de dois homens acusados de chefiar 'bocas de fumo' nas imediações do antigo prédio do INSS. A operação contou com policiais militares da Força Tática e deverá ter continuidade por tempo indeterminado.
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