Segurança das eleições envolve 6.910 policiais

Cerca de 48% do efetivo das Polícias Militar e Civil será comprometido com a segurança das eleições gerais de outubro. De acordo com o Plano Integrado de Segurança para as eleições 2014, um total de 4.560 dos 9.450 policiais militares do Estado atuarão exclusivamente no pleito, enquanto 900 dos 1.800 policiais civis também assumirão essas funções.

Somando com 1.200 bombeiros e 250 policiais federais, ao todo aproximadamente 6.850 policiais entre militares, civis, federais e bombeiros integram o Plano de Segurança, elaborado pela Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (Seds) e divulgado ontem em reunião fechada no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB).

Este ano, as Guardas Municipais também irão atuar de forma preventiva no pleito. Os planos das polícias Civil e Militar preveem um aumento do efetivo e centros de comando com canais de integração e informação das polícias com a Justiça Eleitoral. A Polícia Federal vai instalar 15 polos estratégicos instalados em 15 municípios, com equipes que atenderão aos chamados dos municípios circunvizinhos. E a Polícia Rodoviária Federal também colocará seu efetivo trabalhando na Operação Eleições em todo o Estado, especialmente nos municípios cortados por rodovias federais.

O plano foi elaborado com base em um diagnóstico feito pelo TRE-PB reunindo propostas feitas em três reuniões realizadas no Estado com os juízes e promotores eleitorais. A assessora de Ações Estratégicas da Seds, Cassandra Duarte, garantiu que a segurança no Estado não será afetada pelas eleições.

Para as eleições, de acordo com o comandante da PM, coronel Euller Chaves, 18 municípios paraibanos receberão reforço no efetivo policial, enquanto 25 cidades vão receber incremento no número de viaturas, no entanto, os nomes dos municípios não foram divulgados. “Temos todo um aparato tecnológico, humano e logístico para cobrir as deficiências que porventura tenham acontecido em 2012 e foram identificadas no diagnóstico feito pelo TRE. A busca é melhorar permanentemente. Vamos focar em melhorias”, disse o coronel.

Este ano, a Seds repete as mesmas estratégias utilizadas nas eleições de 2012, onde todas as polícias atuaram de forma integrada através de um Centro de Comando e Controle.

A assessora de Ações Estratégicas da Seds, Cassandra Duarte, garantiu que a Segurança Pública vai estar presente em todos os 223 municípios e que as maiores cidades irão receber maior apoio da Polícia Civil. Já o delegado geral adjunto, Isaías Gualberto, adiantou que na véspera do pleito 40 equipes da PC serão deslocadas para municípios que não contam com um polo da PF.

Segundo o superintendente da PF no Estado, Nivaldo Farias, o efetivo foi distribuído em cidades polos, considerando os casos de crimes eleitorais ocorridos em pleitos anteriores, a população e distância das três sedes da instituição localizadas em João Pessoa, Campina Grande e Patos. Receberão reforço da PF: Mamanguape, Sapé, Itabaiana, Guarabira, Solânea, Cuité, Monteiro, Princesa Isabel, Itaporanga, Sousa, Catolé do Rocha e Cajazeiras.

“A nossa sede em Brasília está disponibilizando reforço, mas é claro que vamos disputar com todos os outros Estados. O nosso efetivo estará distribuído por esses polos apoiando a Justiça Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral e também atuando conjuntamente com as polícias Civil e Militar”, disse Nivaldo Farias.

Ele ainda informou que por enquanto o processo eleitoral transcorre de forma tranquila. “Estamos atentos, a Polícia Federal vai fazer um trabalho essencialmente repressivo, vai atuar se o crime acontecer, mas também pode atuar de forma preventiva. Algumas equipes estarão uniformizadas para demonstrar a presença do Estado na composição desses conflitos que normalmente ocorrem”, concluiu.

DELEGACIAS

Diferente das eleições anteriores, onde as pessoas presas em flagrante no dia do pleito eram encaminhadas para um único local, nas eleições deste ano quem for flagrado praticando crime eleitoral será direcionado para as delegacias, segundo a delegada Cassandra Duarte, assessora de Ações Estratégicas da Seds.

Em João Pessoa, parte do efetivo da Guarda Civil Municipal também vai integrar a segurança das eleições. Conforme o secretário de Segurança Urbana e Cidadania do município, Geraldo Amorim, os guardas vão atuar de forma preventiva nos prédios municipais onde vai ocorrer o pleito. O efetivo ainda será definido, no entanto a previsão é que 200 guardas devam trabalhar no pleito.

Segundo Cassandra Duarte, todos os profissionais que integram o Plano de Segurança passam por capacitação. Para orientação dos profissionais, a Seds vai distribuir uma cartilha sobre a legislação eleitoral, crimes e condutas vedadas.

TRE AVALIA NECESSIDADE DE TROPAS

O TRE-PB está realizando estudos e monitorando as zonas eleitorais para decidir a necessidade de solicitar tropas federais para o Estado. Apesar de destacar a tranquilidade do processo eleitoral até o momento, o presidente do TRE-PB, desembargador Saulo Benevides, não descartou a possibilidade de pedir reforço das tropas federais.

“Eu não sei se com a proximidade do dia da eleição do primeiro turno os ânimos vão ficar mais acirrados. Tudo isso vai depender de fatos concretos porque sabemos que a Corte Eleitoral paraibana e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) só fazem a designação de tropas federais diante de fatos concretos de maior gravidade”, explicou o desembargador.

Sobre o Plano de Segurança para as Eleições 2014, o presidente informou que a estratégia de segurança vai se estender até que sejam concluídas as comemorações, segundo ele, com a intenção de manter a tranquilidade em todas as zonas eleitorais.

“É um plano que nós fizemos ouvindo todos os magistrados, representantes do Ministério Público e segurança pública. Foi muito bem elaborado e objetiva a tranquilidade do pleito eleitoral”, avaliou. Segundo ele, a maior preocupação do TRE-PB ocorre em relação aos maiores colégios eleitorais do Estado: João Pessoa, Campina Grande, Patos, Sousa, Cajazeiras, Guarabira e Santa Rita. “Nesses colégios maiores, nós vamos solicitar que haja um aumento do efetivo e atenção maior das forças de segurança, isso, sem que a gente deixe de lado os municípios menores, que também terão toda atenção da Corte Eleitoral e forças de segurança”, disse o presidente.