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CULTURA

Sotaque brasileiro no punk

lClemente, vocalista do 'Inocentes', grupo que deu sotaque brasileiro ao punk que emergia na virada dos anos 1970 para 1980.

Publicado em 09/10/2011 às 6:30

“Entramos no estúdio com toda a inexperiência do alto dos meus 22 anos, e raiva estalando nos dentes, prontos para botar para quebrar. E foi o que fizemos”. O depoimento aí, concedido, via e-mail, para o JORNAL DA PARAÍBA, é de Clemente, vocalista do 'Inocentes', grupo que deu sotaque brasileiro ao punk que emergia na virada dos anos 1970 para 1980 e que, desde então, vem fazendo bastante barulho.

Clemente se refere ao EP Pânico em SP, que acaba de ganhar uma reedição robusta, com seis músicas fresquinhas, que a nova formação do grupo gravou em junho deste ano. “Incluímos mais seis (músicas) para transformar (Pânico em SP) em um álbum e fazer uma edição diferente, comemorativa. São 25 anos de Pânico em SP e como a banda ainda está na ativa, reunir essas duas formações tão marcantes me pareceu interessante”, comenta, e avisa: “Ainda vamos lançar um EP em vinil com essas faixas novas”.

A ‘Edição Comemorativa’ de Pânico em SP, lançado originalmente em 1986, volta às lojas na boa companhia dos álbuns Adeus Carne (1987) e o homônimo Inocentes (1989), reeditados em CD pela Warner Music. São discos que trazem hinos como ‘Pátria amada’, ‘Rotina’ e ‘Pânico em SP’ e, em comum, o fato de terem sido lançados por uma grande gravadora multinacional, o que causou uma tremenda controvérsia junto aos punks fundamentalistas. Afinal, punk que é punk, parceiro, não se vende ao sistema.

“A imprensa especializada teceu loas. E a ortodoxia da movimentação tupiniquim criticou, mas teve que lidar com as canções poderosas. Obras que ficariam impressas na memória afetiva daqueles que têm o verniz das ruas”, escreveu o jornalista Rodrigo Carneiro no encarte da nova edição de Pânico...
Produzido por Branco Mello, dos Titãs, e Pena Schmit (que assinou discos de Camisa de Vênus, Rita Lee e Raul Seixas), o pequeno disco de seis faixas praticamente inaugurou o punk à brasileira, como assinala Rodrigo, ainda no encarte. “Gravamos quase ao vivo e a ideia era entrar no estúdio e registrar aquele momento da banda, tanto é que faço as guitarras sozinho, pois estávamos tocando em trio já que o (baixista) André Parlato estava servindo o exército e o (guitarrista) Ronaldo tinha assumido o baixo enquanto isso”, relembra Clemente.

Além de Clemente, Ronaldo e André, os Inocentes contavam com Tonhão na bateria quando entraram em estúdio para fazer esses três discos. Já a formação que gravou a segunda metade do novo Pânico em SP é um pouco diferente. Permanecem Clemente e Ronaldo, que agora contam com Anselmo (baixo) e Nonô (bateria).
“Estamos com uma formação que completa 16 anos junta”, informa o vocalista. “Gravamos semi ao vivo de novo, em uma tarde sem problemas, com o objetivo de manter o espírito da banda. Só isso”.

A quintessência dos Inocentes, Pânico em SP, Adeus Carne e Inocentes foram os três únicos discos que a banda lançou pela Warner e constitui sua melhor fase. Três anos depois do disco de 89, o grupo chegou a lançar Estilhaços, pela independente Camerati, e, em 1993, Subterrâneos, pela Eldorado, mas só voltaria a receber a ovação do público e da crítica com Garotos do Subúrbio, gravado em 1985 mas só lançado comercialmente em 1999 pelo selo Devil.

DOCUMENTÁRIO
As reedições integram os 30 anos de existência dos Inocentes. Aos 46 anos de idade, Clemente segue dividido entre a banda e o programa que apresenta na internet, o 'Estúdio Showlivre', e diz que está sendo feito um documentário para registrar o grupo, aos 30.

“O documentário começou como o registro da gravação dessas faixas inéditas para o Pânico em SP, e a coisa acabou virando um minidocumentário”, explica. “Os diretores Carol Thomé e Duca Mendes estão participando de vários festivais com esse filme e por enquanto é isso. Fiz a proposta de transformar o mini em um longa com uma hora e, aí sim, virar um DVD, um projeto para o ano que vem".

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Jornal da Paraíba

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