CULTURA
Nasi, o irado
Recém lançado, livro 'A Ira de Nasi' conta a biografia do vocalista da Banda Ira! as rixas com o guitarrista Scandurra e o fim do grupo.
Publicado em 23/10/2012 às 6:00
"Nem tudo o que aconteceu na minha vida foi divulgado pela grande mídia, então tudo o que eu achei que devia ser contado está no livro", diz Nasi, em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA sobre sua biografia que acaba de ser lançada pelos jornalistas Mauro Beting e Alexandre Petillo.
A Ira de Nasi (Belas Letras, 320 páginas, R$ 34,90) traz, nas palavras do artista, o seu "ponto de vista sobre algumas verdades particulares". Uma delas, o fim da banda Ira!, aparece agora com os contornos dramáticos de um triângulo amoroso vivido por ele, Edgard Scandurra e uma namorada do guitarrista em 1994.
Nasi, que na época também namorava, confessa em um capítulo que traiu o amigo e que o 'flerte fatal' era o motivo de cada uma das "15 vezes" em que a banda quase terminou.
"Quando falei 15 vezes foi força de expressão", corrige Nasi.
"Diria que foram umas seis vezes, e por esse aspecto a banda tinha vários motivos pra terminar, mas por destino acabamos superando e conseguimos uma longevidade de mais de 27 anos".
Quanto à rixa permanente com Scandurra, Nasi dispara: "Não estou interessado em saber a opinião dele". O caso, com requintes de "filme francês", inspirou o ex-amigo a compor 'Girassol', canção que embalou a reascensão do Ira! em 2004 com o seu Acústico MTV, até hoje a maior vendagem do grupo (300 mil cópias).
O disco foi produzido por Rick Bonadio, que não sabia do passado romântico da dupla e exigiu que Nasi cantasse 'Girassol', apesar da rechaça de Scandurra em compartilhar os vocais de sua letra.
Segundo Nasi, as opiniões de Bonadio dadas a Beting e Petillo foram as que mais o surpreenderam ao longo da leitura do livro: "Por mais que ele tivesse presenciado as maletagens do Edgard nas gravações do Acústico, não imaginava a visão crítica que ele (Bonadio) tinha dele (Scandurra)".
Em certo momento da biografia, Bonadio considera Edgard "extremamente inseguro e fechado". O próprio Nasi narra as inspeções do guitarrista nos hotéis, avaliando se o do vocalista seria ou não melhor que o seu.
À lavação de roupa suja, A Ira de Nasi soma a experiência do cantor com as drogas, com o candomblé, suas conturbadas relações familiares e amorosas: "O capítulo em que trato da namorada que sofreu ameaças e sequestro deu mais trabalho.
Em certo momento pensei até em transformar essa história num livro à parte".
Sobre o trabalho compartilhado com os jornalistas, Nasi explica: "O Petillo já estava escrevendo a biografia do Ira! há um tempo e parou quando a banda acabou. Foi tudo sem chapa branca".
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