VIDA URBANA
Delegacia Geral investiga 18 delegados e agentes da Polícia Civil
Diário Oficial republicou portarias que instauram inquéritos contra 18 pessoas acusadas de abuso de poder, atrasos em investigações e até lesão corporal.
Publicado em 09/07/2009 às 19:00
Karoline Zilah
O delegado geral da Polícia Civil, Canrobert Rodrigues, determinou a instauração de 11 processos administrativos disciplinares contra uma série de delegados de Polícia Civil, agentes, auxiliares de perícia e escrivães, chegando a 18 pessoas sob acusações de uso indevido de patrimônio público e de vítimas, abuso de poder, lesão corporal e atrasos em conclusões de inquérito.
As portarias já foram divulgadas no Diário Oficial do dia 3 de julho mas foram republicadas nesta quinta-feira (9). Um dos casos mais graves é relatado contra os auxiliares de perito Edson Silva Ribeiro e Francisco de Assis da Silva, que teriam cobrado um depósito de R$ 300 para poderem embalsamar o corpo de uma policial civil que foi vítima de um acidente automobilístico no ano de 2006, no município de Boa Vista.
O delegado Manoel Idalino também é apontado por transgressão do código de conduta da Polícia. Ele é acusado de ter usado um veículo que havia sido apreendido na época em que ele respondia pela 4ª Delegacia Distrital. De acordo com a portaria publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (9), a prática é caracterizada como infração penal incompatível para o exercício da função policial. Nossa reportagem tentou falar com o delegado, mas ele não retornou às ligações.
Ainda há denúncias contra um agente de investigação que, sob fortes sintomas de embriaguez, teria algemado e agredido duas pessoas. Outro policial da mesma função é acusado de ter consumido bebida alcoólica e utilizado uma viatura policial e provocado um acidente, além das suspeitas dele ter ameaçado um vigilante do prédio público que foi atingido pelo carro.
Entre os inquéritos instaurados, o gerente executivo do Grupo de Operações Policiais, delegado Pedro Viana, atribui a um servidor o extravio de uma arma tipo carabina. Por fim, cinco delegados, entre eles Cláudio Lameirão e Francisco Deusdedit, este último da 9ª Delegacia de Mangabeira, são investigados por retardarem a conclusão de vários inquéritos policiais.
Reação dos delegados
Steferson Nogueira, vice-presidente da Associação da Defesa das Prerrogativas dos Delegados de Polícia Civil do Estado da Paraíba, declarou que a assessoria jurídica da associação vai analisar as publicações para tomar “medidas judiciais cabíveis”.
“Salientamos que todas as denúncias contra policiais civis devem ser apuradas, de forma imparcial e responsável, o que não se admite é a exposição e execração pública da imagem do servidor explicitando uma conduta em diário oficial, que com o término da apuração pode vir a não ser verdadeira”, comentou o delegado.
A associação informou que vai agendar uma audiência com o secretário de Segurança e da Defesa Social, Gustavo Gominho, e com o delegado geral Canrobert Rodrigues para discutir os fatos.
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