Filha de secretário da Receita vai deixar gabinete de Cavalcanti

Da Redação

Os principais veículos de comunicação do Brasil, a exemplo do jornal Folha de São Paulo e rádio CBN Brasil, repercutiram neste domingo (16) a contratação por parte do senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) de Leda Camila, que é filha do secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo. Leda trabalha no gabinete do parlamentar paraibano desde 17 de março deste ano, mas diante da repercussão negativa em nível nacional ela vai pedir demissão do cargo nesta segunda-feira (17).

O próprio Otacílio Cartaxo, que é amigo de Cavalcanti, deu à Folha a informação sobre o pedido de demissão de sua filha. "Conversei com Camila e, embora não exista nenhuma ilegalidade, não haja nenhum ato secreto, não é funcionária fantasma, está lá todos os dias, ela decidiu que pedirá exoneração", disse Cartaxo.

Ela começou a trabalhar no gabinete de Roberto Cavalcanti um mês depois da posse do novo senador, que ocupou a vaga do titular José Maranhão quando este renunciou para tomar posse como governador da Paraíba.

Ainda de acordo com as informações da Folha, o secretário da Receita Federal disse que não interferiu em prol da nomeação da filha e até sugeriu que ela não aceitasse o emprego. "Quando ela procurou por interesse próprio esse emprego, cheguei a aconselhá-la do contrário, para que estudasse para um concurso público", completou.

O fato de Roberto Cavalcanti empregar em seu gabinete uma filha do secretário da Receita Federal torna-se grave porque o parlamentar responde a um processo batizado de "Escândalo da Fazenda Nacional".

O Ministério Público apurou que as empresas envolvidas, de propriedade do hoje senador, quitavam débitos por valores muito abaixo da dívida real. Ele nega as acusações.

Cavalcanti é amigo da família Cartaxo há muitos anos e, segundo ele, seu gabinete precisava de uma assessora e Camila é formada em direito. Otacílio Cartaxo foi efetivado como secretário da Receita na última quinta-feira (13), depois de ocupar o posto interinamente por quase um mês. Ele substitui Lina Vieira, demitida depois de ficar apenas 11 meses no cargo.