VIDA URBANA
Mais de 100 cães foram diagnosticados com calazar
Dados mostram que no ano passado 3.913 cães foram examinados na capital; Mangabeira registra o maior índice de infestação.
Publicado em 15/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 19/01/2024 às 15:19
A Gerência de Vigilância Ambiental e Zoonoses (GVAZ) de João Pessoa detectou a Leishmaniose Visceral Canina (LVC), também conhecida como calazar, em 276 cães da capital no ano passado. Já no primeiro trimestre deste ano, mais de cem exames nos cães tiveram os resultados positivos.
Segundo a gerência, febre, diarreia, emagrecimento e perda de apetite são alguns dos sintomas da doença causada pelo mosquito transmissor (Lutzomyia longipalpis). Os cachorros não transmitem a patologia para os humanos, uma vez que a contaminação só é feita por meio de picada do mosquito contaminado.
Um levantamento da GVAZ aponta que em todo o ano passado 3.913 cães foram examinados. De acordo com o documento, o bairro de Mangabeira é o que registra o maior índice de infestação, com 55 registros. Mas os bairros de Gramame (24), Mumbaba (18), Barra de Gramame (17), Valentina (15) e Bairro dos Novais (6) também aparecem entre os principais locais com a quantidade mais elevada de casos contabilizados em 2013.
Somente nos três primeiros meses deste ano foram realizados 724 exames para LVC, sendo 104 positivos.
Como prevenção da doença, a GVAZ realiza diversas ações preventivas, como coleta de sangue e sorologia de cães de áreas previamente definidas (demanda ativa), que é realizada em todos os bairros de João Pessoa, e nos animais de usuários que buscam o serviço (demanda passiva), recolhimento e eutanásia de cães soropositivos, aplicação de inseticida de ação residual em residências, quando verificada a necessidade e ainda palestras em escolas e unidades de saúde.
A veterinária e sanitarista Suely Ruth explicou que a doença não é contagiosa de animal para o homem, mas quando o mosquito transmissor estiver contaminado com o sangue do cão diagnosticado e posteriormente picar uma pessoa, ela também irá adquirir a leishmaniose.
“Os principais sintomas são o crescimento excessivo das unhas, ferimentos sem cicatrização, emagrecimento, entre outros, mas vale ressaltar que o diagnóstico é apenas por meio de exame laboratorial”, frisou.
Suely acrescentou que quando o animal contrai a doença, o Ministério da Saúde recomenda a eutanásia. “Devido o cão ser o principal reservatório da doença para o homem, o MS recomenta a eutanásia. Algumas literaturas citam outros tratamentos, mas nós seguimos a lei do Ministério da Saúde”, destacou.
CASTRAÇÕES JÁ SOMAM 216 CIRURGIAS EM 214
A GVAZ informou ainda que faz a castração (esterilização) de animais desde maio de 2013, sendo realizadas neste mesmo ano 222 intervenções. De janeiro a março deste ano, já foram realizadas 216 cirurgias.
Entretanto, o serviço não é oferecido para toda população e segue uma lista de prioridades. O serviço funciona a partir de um pré-cadastro de usuários, que posteriormente são convocados para a realização da avaliação clínica, do exame de sangue do animal e por fim, quando o animal é diagnosticado e submetido à castração.
Conforme a gerência de zoonoses, os pré-requisitos que devem ser respeitados são residir em área endêmica, com risco epidemiológico para a transmissão de zoonoses (toxoplasmose, leptospirose e leishmaniose), ter baixa renda (usuários do Sistema Único de Saúde e do Bolsa Família), e ter mais de 60 anos, pois muitos idosos têm nos animais de estimação uma companhia, quase um ente da família.
Além disso, 20% das cirurgias são para as ONGs de proteção animal que trabalham em parceria com o CCZ. Estas cirurgias são realizadas em cães e gatos; machos e fêmeas.
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