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ECONOMIA

Alta da inflação faz consumidor migrar para compras em atacarejo

Crise tem levado consumidores a comprar em volumes maiores e estocar mantimentos em casa.

Publicado em 19/05/2015 às 10:04 | Atualizado em 09/02/2024 às 17:02

Comprar em volumes maiores e improvisar espaços em casa para estocar mantimentos. A alta da inflação e a facilidade de acesso estão ajudando o consumidor a aderir, cada vez mais, às redes de atacarejo, que misturam o atacado com o varejo e têm se proliferado nos últimos anos. Atraídos pelo custo unitário mais baixo das mercadorias, os compradores estão migrando para uma modalidade que, durante muitos anos, tinha a preferência de pequenos comerciantes.

De acordo com a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), o setor cresceu 7,3% no ano passado, 0,9 ponto percentual acima da inflação e acima do crescimento de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país). Com faturamento de R$ 211,8 bilhões em 2014, os atacadistas concentraram 51,7% do mercado nacional de mercearias.

Segundo o levantamento, as redes de atacarejo respondem por boa parte do crescimento, impulsionadas por consumidores que, em tempo de inflação alta, de crédito escasso e de aumento do desemprego, ficaram mais cautelosos em relação às compras do mês. “O consumidor não quer abrir mão das marcas que conquistou nos últimos anos. Para isso, reduziu a ida às lojas e aumentou as visitas aos pontos de atacarejo”, disse Olegário Araújo, diretor de Atendimento ao Varejo e ao Atacado do Instituto Nielsen, responsável pela pesquisa, em parceria com a Abad.

O consultor de varejo Alexandre Ayres, da Neocom Informação Aplicada, informou ter detectado o aumento do interesse pelas redes de atacarejo desde o ano passado, quando a inflação subiu de forma mais intensa. Ele destacou que as compras em grande volume são vantajosas ao levar em conta o custo unitário, quando se divide o valor da caixa ou do pacote pelo número de embalagens. “Na prática, o atacado funciona como um desconto pelo maior volume”, esclareceu Ayres.

O atacado é bem mais barato que comprar em supermercados. O preço sobe cada dia. Então, prefiro fazer uma compra maior para durar mais , diz a advogada Cecilia Rodrigues.

“Num primeiro momento, o consumidor paga mais porque compra em volumes maiores, mas, ao fazer as contas, a compra no atacado sai mais barata, porque tem um custo unitário menor”, explicou Ayres. “Com a inflação, o consumidor está deixando de comprar marcas caras em pequenas embalagens para comprar marcas baratas em grandes embalagens”, acrescentou o consultor.

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Jornal da Paraíba

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