VIDA URBANA
Servidores do HUAC param
Reivindicando melhores condições de trabalho, profissionais do HUAC paralisam serviços e pacientes ficam sem consultas e exames.
Publicado em 24/07/2012 às 6:00
Mais de 270 profissionais de diversas áreas e vinculados ao Ministério da Saúde entraram em greve por tempo indeterminado, desde a manhã de ontem, no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), em Campina Grande. Com essa paralisação, serviços como consultas eletivas ficam completamente prejudicadas. Profissionais vinculados ao Ministério da Educação (MEC) continuam sem trabalhar, somando agora 723 profissionais parados no HUAC. Uma das reivindicações dos funcionários são melhores condições de trabalho.
Pacientes que chegaram ontem ao Centro de Atendimento e Ensino de Serviços Especializados (Caese), no HUAC, onde são realizados exames e consultas em diversas áreas, tiveram que retornar as suas casas por falta de profissionais que os atendessem. A aposentada Josefa dos Santos, 69, moradora do bairro da Glória II contou que já esperava por meses a consulta que conseguiu marcar para a manhã de ontem. “Demorou muito pra que eu conseguisse marcar e quando chego aqui sou informada que não tem médico, os portões estão fechados.
Minha filha perdeu a manhã de trabalho para vir comigo”, disse ela, que sofre de problemas no coração.
De acordo com a diretora do Hospital, Berenice Ferreira, nem os 30% das consultas que deveriam ser realizadas ontem foram finalizadas. “O atendimento interno continua normal, mas estão afetados os que são realizados no Caese, como as consultas eletivas e alguns exames, embora alguns essenciais não possam ser paralisados. É o caso dos eletrocardiogramas e das pequenas cirurgias”, informou.
De acordo com os dados do Hospital, o número de consultas eletivas, estimadas em oito mil mensais, reduziram para 5.798 no mês passado, quando a greve foi iniciada com os funcionários do MEC. E a expectativa é que o número de consultas caia drasticamente agora, segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência (Sindisprev), Mauro Plácido, com a adesão dos servidores do Ministério da Saúde. “Todos os funcionários aderiram à greve.
Estamos reivindicando principalmente melhores condições de trabalho, já que aqui há muita dificuldade por conta da defasagem de equipamentos e falta de materiais essenciais, como sondas”, contou.
Outro ponto da pauta dos manifestantes é a “privatização” dos hospitais universitários. Segundo o reitor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Thompson Mariz, a adesão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que deverá gerenciar os hospitais, é a melhor solução, segundo o Governo Federal. “Não haverá privatização, porque a empresa é pública funcionando como privada. Segundo o Governo Federal, sem essa adesão ficará difícil a contratação de mais profissionais nos próximos anos, o que poderá piorar a situação”.
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