POLÍTICA
Memorial Parlamentar será aberto ao público
Casarão de dois andares típico dos anos 40 e todo restaurado, na Avenida Duque de Caxias, em João Pessoa, guardará relíquias da Assembleia Legislativa.
Publicado em 08/11/2011 às 8:00
Um casarão de dois andares, típico dos anos 40 e todo restaurado, na Avenida Duque de Caxias, em João Pessoa, vai se transformar em um verdadeiro “túnel do tempo”, guardando relíquias da trajetória da Assembleia Legislativa da Paraíba desde a época do Império até os dias atuais. O Memorial Parlamentar será aberto ao público na quinta-feira, 10, em comemoração aos 185 anos da Casa de Epitácio Pessoa. Na solenidade de inauguração, a programação contará com a exposição do Clube do Carro Antigo, que mostrará modelos datados de 1926 até 1990. Hoje, o memorial será aberto à imprensa.
Quem visitar o Memorial Parlamentar vai encontrar a história do parlamento paraibano contada por meio de seções divididas em painéis, documentos digitais, rádio de notícias, mobiliário, vitrines, arquivo e biblioteca. A diretora do Departamento de Cultura e Memória da Assembleia Legislativa e coordenadora do projeto, Cida Lobo, ressaltou que a trajetória do Legislativo se confunde com a da sociedade. “Os políticos são, na verdade, um pano de fundo da história das pessoas, mesmo para aquele cidadão que não se envolva diretamente com a política”, observou.
A seção de painéis é dividida em nove temas. O primeiro deles é uma mostra geral do parlamento paraibano desde 1826 até 2011.
No segundo, foi feita uma galeria de deputados. O quarto elenca os lugares onde funcionou a Assembleia Legislativa. “Porque ela foi criada em 1826, mas só foi ter uma sede permanente em 1975, na gestão de Ernani Sátiro (ex-governador da Paraíba)”, afirmou Cida Lobo. “Um desses locais onde funcionou foi no (Teatro) Santa Roza, no período de 30, quando foi mudado o nome da cidade (para João Pessoa)”, recordou.
Há ainda o Painel Constituinte, incluindo os personagens que participaram da elaboração das nove constituições da Paraíba.
Nele, por exemplo, está uma foto restaurada do grupo que participou da Constituição de 1947 e também uma réplica de 1934, feita a partir de imagem da coleção da Fundação José Américo.
Um dos painéis tem o título de Mulheres na Política. “A primeira a participar de uma eleição foi Maria Augusta, em 1946, na época da democratização. Mas ela não obteve muitos votos. A primeira candidata eleita para o Legislativo foi Vani Braga, em 1981”, contou Cida Lobo.
No painel dos Movimentos Sociais estão alguns episódios e personagens ligados a reivindicações e demandas populares. A 'Revolta do Ronco da Abelha', na época em que foi obrigatório o registro civil, deixando a população temerosa, é um dos exemplos. Outro fato histórico que está incluído é o 'Quebra Quilos', quando a medida oficial passou a ser o quilo e contrariou uma parte dos cidadãos. “Também são relatados no painel todos os movimentos tanto do Império quanto da Revolução de 30, além de conquistas de diferentes grupos sociais dentro da Assembleia Legislativa”, resumiu Cida.
A história do voto também é contada em um dos painéis. O panorama engloba desde a época do sufrágio censitário, chegando ao aparato tecnológico atual, com a urna biométrica, que identifica o eleitor por meio de sua impressão digital. A representação federal da Paraíba é relatada no oitavo painel.
“São todos os deputados federais que representaram a Paraíba. Essa representatividade sempre teve uma ressonância no parlamento estadual”, justificou.
O último dos painéis destaca os hábitos e costumes dos parlamentares em diferentes épocas. Quem visitá-lo vai descobrir, por exemplo, como os políticos se vestiam tanto no império quanto nas datas mais recentes. “É uma avaliação do cotidiano político".
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