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CULTURA

Sony reedita disco de Nelson Cavaquinho

Publicado em 29/10/2011 às 6:30

“Por favor, não ouçam esse disco como se ele fosse de um cantor comum. Não cometam a injustiça de comparar Nelson Cavaquinho como se este cara fosse um desses cantores que estão sempre nas paradas de sucesso. Se isso acontecer, você poderá até não gostar da voz dele. É uma voz ao mesmo tempo rouca e fanhosa, não convencional. Detenha-se, portanto, no que há dentro desta voz, dentro deste camarada que você está ouvindo, nas entranhas deste genial poeta”.

Este texto brilhante é do jornalista Sérgio Cabral e está estampado no verso do LP Nelson Cavaquinho, lançado pela RCA em 1972 (e reeditado em CD pela Sony-BMG em 2004). Dessa maneira, Cabral descreve um dos grandes nomes do nosso samba, que se estivesse vivo, faria 100 anos neste sábado.

Nelson Antônio da Silva é, indubitavelmente, um dos maiores poetas do samba brasileiro. Antes de morrer, aos 74 anos de idade, deixou algumas das canções mais arrebatadoras da nossa MPB, como ‘A flor e o espinho’, ‘Juízo final’, ‘Folhas secas’, ‘Rugas’, ‘Palhaço’ e ‘Degraus da vida’, entre outras.

Graças ao pai de Nelson, há documentos que dizem que o músico carioca nasceu um ano antes. É que reza a lenda que o saudoso Seu Brás teria adulterado a certidão para que o filho pudesse servir à Cavalaria da Polícia Militar. E ele serviu por algum tempo. Mas como soldado que nunca marchou com o passo certo, acabou caindo na boemia e compondo canções que se tornariam estandartes da música brasileira.

COMPOSITOR
Em vida, Nelson Cavaquinho compôs muito, mas gravou pouco, e assim mesmo, nas últimas décadas de vida. Suas canções fizeram sucesso a partir das gravações de Elis Regina, Beth Carvalho e Clara Nunes, entre outras.

Segundo Sérgio Cabral, como autor, Nelson nunca foi de andar atrás de cantores para gravar suas músicas. Quem quisesse ouvi-lo, que fosse aos botequins. “É, rigorosamente, um puro”, escreveu à época do LP de 1972.

Autodidata, era um poeta extraordinário que sequer lera um livro de poesia. Disse certa vez à Cabral que na sua casa só havia um livro: um dicionário. Assim mesmo, ainda não o havia folheado. E mesmo sem ser um literato, compôs versos como "Tire o seu sorriso do caminho, que eu quero passar com a minha dor".

DOR E TRISTEZA
A temática das letras de Nelson Cavaquinho evocam histórias de dor e tristeza. Conflitos amorosos e o medo da morte são temas recorrentes de sua obra. Boa parte dessas canções foram assinadas em parceria com Guilherme de Brito, como o caso de ‘Folhas secas’ e ‘A flor e o espinho’).

“Nelson Cavaquinho era uma figura, uma pessoa divertida”, descreveu o pesquisador musical Rodrigo Faour, quando entrevistado pelo JORNAL DA PARAÍBA, no começo do ano, sobre o lançamento do CD-tributo Degraus da Vida, idealizado por ele. “A grande contradição é que ele (Nelson) divertia as pessoas cantando coisas tristes. Mas o lance de amor não é só de Nelson, é de toda uma geração até os anos 1960. Era bonito falar de tristeza”.

Nelson Cavaquinho morreu de enfisema pulmonar, em 17 de fevereiro de 1986. Mas como ele próprio cantou em 'Sempre Mangueira', "o sambista vive eternamente".

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Jornal da Paraíba

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