POLÍTICA
Folha acusa Efraim Morais de transnepotismo
A Folha de São Paulo fez um levantamento a respeito do senador do DEM, Efraim Morais, e acusa o político de dar emprego a parentes e aliados.
Publicado em 05/08/2008 às 18:34
Da Redação
O jornal A Folha de São Paulo fez um levantamento a respeito do senador do DEM, Efraim Morais, e acusa o político de dar emprego a parentes e aliados. A matéria do repórter Adriano Ceolin lembra que o paraibano, que é primeiro-secretário do Senado, foi o articulador da tentativa de criar mais 97 novos cargos comissionados no Senado, com salário de R$ 10 mil.
Segundo a notícia, Morais tem em seus gabinetes pelo menos sete sobrinhos, uma filha, um primo e o marido de uma prima. Já entre os parentes de aliados empregados estão Raissa Lacerda, filha do vice-governador da Paraíba, José Lacerda, que recentemente deixou o gabinete para se candidatar a vereadora, mas emplacou o marido, Roberto Aquino, no cargo.
Outros apontados pela matéria de terem sido agraciados com empregos sem concurso foram Ronaldo Cunha Lima Filho, irmão do governador Cássio Cunha Lima (PSDB) e Lucio da Cunha Lima, irmão do presidente da Assembléia Legislativa da Paraíba, Arthur da Cunha Lima (PSDB). Há também os filhos do primeiro suplente de Efraim, Fernando Catão, Bruno Catão e Pedro Catão, que foram lotados no gabinete do senador e na liderança da minoria.
Confira a matéria na íntegra a seguir:
Senador do DEM emprega 7 parentes em seus gabinetes
Primeiro-secretário da Casa, Efraim Morais contratou ainda 6 parentes de aliados
Democrata foi o articulador da fracassada tentativa de criar mais 97 novos cargos comissionados no Senado, com salário de R$ 10 mil
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Articulador da criação de mais 97 cargos comissionados no Senado, Efraim Morais (DEM-PB) mantém em seus gabinetes na Casa pelo menos sete familiares, além de seis parentes de seus aliados políticos.
Em 2005, ao se tornar primeiro-secretário (posto responsável pela contratação de obras e serviços), Efraim ampliou seu poder de nomeação: na Primeira Secretaria, ele detém no mínimo 14 cargos.
A partir de 2005, o número de parentes de Efraim na Casa aumentou. Entre 2003 e 2004, a reportagem identificou quatro parentes -três sobrinhas e um sobrinho. Já como primeiro-secretário, os parentes subiram para sete -nomeou mais três sobrinhas e até a filha caçula. Estudante de jornalismo, Caroline Morais, 21, tem salário de R$ 3.600 mensais e foi lotada no gabinete do senador.
Ainda na Primeira Secretaria, Efraim colocou Delano de Oliveira Aleixo, que é casado com Ana Cristina Souto Maior Aleixo, outra sobrinha do senador. Em 2003, as irmãs dela, Ana Karla e Ana Karina, foram empregadas no gabinete pessoal de Efraim.
Em 2006, Efraim nomeou para seu gabinete o primo Glauco Morais, ganhando R$ 6.400 mensais. Em 2005, a Folha já revelara que o portal do qual Glauco era sócio tinha contrato de R$ 120 mil por ano com o Senado para ter um banner do site da Casa. Após a reportagem, Efraim cancelou o contrato, mas outros quatro sites da Paraíba ainda mantêm contratos com o Senado no valor de R$ 48 mil por ano.
Em março de 2007, Glauco deixou o Senado para se tornar chefe-de-gabinete do vice-governador da Paraíba, José de Lacerda (DEM). Em junho daquele ano, Efraim deu à filha de Lacerda, Raissa Lacerda Aquino, um cargo AP-4. Neste ano, ela será candidata a vereadora em João Pessoa pelo DEM e teve de deixar o posto. Para o cargo, Efraim nomeou o marido de Raissa, Roberto Aquino.
Efraim também agradou o governador Cássio Cunha Lima (PSDB) nomeando Ronaldo Cunha Lima Filho, irmão de Cássio, como assessor técnico (R$ 8.000 mensais, depois reduzidos para R$ 6.300).
O presidente da Assembléia Legislativa da Paraíba, Arthur da Cunha Lima (PSDB), tem o irmão, Lucio, como funcionário do gabinete de Efraim: ele é secretário parlamentar, com salário mensal é de R$ 6.400.
Primeiro suplente de Efraim, Fernando Catão arranjou emprego para os filhos no Senado. Em períodos diferentes, Bruno Catão e Pedro Catão foram lotados no gabinete do senador e na liderança da minoria. Bruno deixou o Senado em 28 de outubro de 2005, mesmo dia em que irmão foi nomeado para uma vaga de AP-3, com salário de R$ 2.600 por mês. Fernando Catão foi escolhido em 2007 conselheiro do TCE da Paraíba.
Segunda suplente de Efraim, a prefeita de Bananeiras, Marta Ramalho, nomeou o filho, Ricardo Sérgio, secretário de Obras local. Em Brasília, emplacou o neto Ricardo Sérgio Filho no gabinete de Efraim.
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