VIDA URBANA
Faltam câmeras de segurança
Falta de câmeras de segurança instaladas deixa consumidores e comerciantes com medo no Centro de João Pessoa.
Publicado em 10/12/2013 às 6:00 | Atualizado em 04/05/2023 às 16:19
Com a chegada das festividades de final de ano, o fluxo de pessoas aumenta no comércio central de João Pessoa em busca de presentes, vestuários, calçados e demais artigos. Essa movimentação financeira acaba atraindo os criminosos, que aproveitam a época para praticar assaltos a pessoas e estabelecimentos comerciais. A falta de câmeras de segurança instaladas no Centro da cidade acaba deixando consumidores e comerciantes temerosos, uma vez que eles acreditam que o registro de imagens poderia inibir a ação de bandidos.
Algumas câmeras foram instaladas no Centro de João Pessoa pela Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob), porém, segundo informações da assessoria de comunicação do órgão, os equipamentos estão voltados para as vias, uma vez que o objetivo do circuito é o monitoramento do trânsito.
Ainda de acordo com a assessoria, raramente há algumas situações em que a polícia solicita as imagens registradas pelas câmeras da Semob, a fim de auxiliar na identificação de suspeitos, ou para desvendar crimes.
Mas a falta de câmeras, instaladas exclusivamente para monitorar a movimentação no comércio e promover a segurança da população, tem causado desconforto e insatisfação dos consumidores e comerciantes, já que os mesmos afirmam que os equipamentos inibiriam a atuação de bandidos. É o caso da auxiliar de administração Sandra Bezerra, que aproveita o 13º salário para comprar artigos domésticos e presentes.
“A gente sai das lojas cheias de sacolas na mão e tem medo que seja abordada a qualquer momento. Infelizmente, o trabalhador tem de aproveitar o dia de folga para resolver tudo nesse dia e aí é preciso andar com uma certa quantia em dinheiro, ou até mesmo cartões de crédito.
Sabendo que está sendo filmando, um assaltante vai pensar duas vezes andar de praticar o crime”, avaliou.
O entendimento da auxiliar de administração é compartilhado pelo gerente de uma loja de calçados, localizada no Parque Solon de Lucena (Lagoa), que temendo possíveis represálias pediu para não ser identificado.
“A gente tem medo até de falar sobre isso, porque do jeito que está o fluxo de gente, a qualquer momento pode entrar um aqui e levar uma caixa de sapato, por exemplo, sem que ninguém perceba. Com câmeras de segurança instaladas nas ruas, ajudaria a coibir essas ações”, declarou.
A Câmera de Diligentes Lojistas (DCL) de João Pessoa informou, por meio da assessoria de comunicação, que enquanto a entidade sem fins lucrativos não possui recursos ou mesmo autoridade para policiamento e que, por lei, a Segurança Pública é uma responsabilidade da alçada do governo do Estado, a quem recorre fazendo apelos formais à secretaria competente por meio de ofícios e reuniões.
Ainda conforme a assessoria, a CDL chegou a formular junto à Polícia Militar (PM) um projeto, intitulado 'Olhar Solidário', que visava a distribuição de câmeras em locais estratégicos do Centro. A iniciativa seria financiada pelos lojistas da capital, mas como houve uma sinalização por parte da Prefeitura de João Pessoa em instalar câmeras na mesma região, os lojistas recuaram na ideia.
A CDL informou ainda que as câmeras existentes nos estabelecimentos comerciais pertencem aos próprios empresários e muitos deles não são filiados à entidade CDL, e que por isso, não é possível fazer uma estimativa de quantas lojas possuem circuito interno.
PROJETO PREVÊ INSTALAÇÃO
Segundo o coordenador de Tecnologia e Informação da Polícia Militar, coronel Lamarck Donato, existe um projeto de monitoramento urbano que prevê a instalação de câmeras de segurança em João Pessoa, mas que o mesmo está sendo elaborado pela Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social (Seds), e que somente a pasta poderia prestar detalhes.
Por sua vez, o coordenador do setor estratégico da Seds, Júlio César, informou que trata-se de um projeto piloto de instalação de videomonitoramento da área urbana e que inicialmente será implantado em João Pessoa e Campina Grande. Além disso, ele acrescentou que quando for comprovada a eficácia do videomonitoramento, o mesmo se estenderá para todo o Estado.
Júlio César disse que o projeto ainda conta com um centro de monitoramento, de onde sairão as orientações à PM para que a mesma possa entrar em ação quando necessário. “Nós já fizemos o georreferenciamento dos locais onde as câmeras serão instaladas. Agora estamos aguardando a liberação do recurso do governo federal”, afirmou ao acrescentar que o projeto também terá recursos próprios.
Com relação ao policiamento na área central de João Pessoa, o assessor de comunicação institucional da PM, major Gilberto Felipe, ressaltou que além das rondas ostensivas de rotina, também está sendo realizada a Operação 'Abono Natalino', com o incremento de policiais a pé e motorizado em pontos estratégicos do comércio, não só em João Pessoa, mas em todo o Estado.
Em Campina Grande. A Central de Monitoramento da Superintendência de Trânsito e Transporte Público (STTP) de Campina Grande, voltada aos serviços de controle de tráfego e segurança, continua sem efetivo da PM. Além dos agentes da STTP, responsáveis por averiguar as condições de tráfego nos 15 cruzamentos onde estão instaladas 54 câmeras de segurança, desde de janeiro deste ano o Comando da PM retirou o efetivo que utiliza os equipamentos para coibir e agir de forma mais eficaz nos casos de violência cometidos no Centro da cidade.
Segundo destacou Vicente Rocha, superintendente da STTP, apesar do efetivo não continuar na sala de monitoramento, foi oferecido ao Comando da Polícia Militar um link para que as imagens fossem transmitidas e exibidas em qualquer local da sede da PM.
Para o tenente-coronel Sousa Neto, comandante do 2° Batalhão de Polícia Militar, a retirada dos homens que realizavam esse trabalho de monitoramento das câmeras de segurança foi devido à reorganização do efetivo, o que possibilitou a presença mais eficaz dos policiais nas ruas. Contudo, ele afirmou que para o final do ano existe uma grande possibilidade de deslocar alguns homens para realizarem esse trabalho de monitoramento na área central. (Colaborou Givaldo Cavalcanti)
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