CULTURA
'Hair cream', um hit nato
Em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA, cantor e compositor Anibal conta ujm pouco da sua história e do seu trabalho.
Publicado em 27/02/2013 às 6:00
A nova surpresa da cena musical paraibana nasceu no Ceará, frequentou o quartel general da aeronáutica e canta principalmente em inglês, idioma que aprendeu passando trote para os EUA nos orelhões da vila em que passou a infância, em Fortaleza.
Trata-se de Francisco Aníbal Costa Sousa, ou simplesmente Anibal, um jovem com pinta de janota que aparece na contracapa do independente Something e no clipe da grudenta 'Hair cream', uma das faixas do CD que pode ser ouvido completo no YouTube e no site oficial do artista.
O cantor e compositor, que agora está nos EUA preparando o show de lançamento do álbum, contou ao JORNAL DA PARAÍBA um pouco da história dos 14 anos que passou compondo as canções de Something e de (preparem o fôlego) Família Costa Orgulhosamente Apresenta o Espetáculo Mais Doce da Terra, disco que está a caminho.
“Na verdade, eu escrevo muita música, centenas de músicas, e elas foram se juntando e formando muitos álbuns”, diz Anibal, que revela sua primeira lembrança musical marcante: um sanfoneiro cego que tocava em uma praça de sua cidade e chamava a atenção do garoto. “Minha mãe puxava meu braço enquanto eu permanecia hipnotizado. Meus pais sempre incluíram a brincadeira musical na minha vida – fiz flauta, ganhei gaita e assim vai”.
Engenheiro de formação (estudou no Instituto Tecnológico da Aeronáutica, o ITA), Anibal conseguiu, a muito custo, conciliar sua vocação pela música com o regime militar imposto pela instituição.
“Meu coração se abriu para esse espetáculo da vida e as canções começaram a surgir. De repente, surgiam aos montes enquanto eu seguia a engenharia. Imagina meu tempo de quartel. Acontecia de uma canção vir toda pronta – alguma coisa acontecendo na minha vida – e eu ali, fardado e chorando, enquanto transcrevia a novíssima novidade”.
Projeto que inclui o CD ilustrado por fotos de Anderson Silva e Diego Nóbrega e caprichosamente desenhado por Bruno Sousa e João Faissal, Something desdobra-se ainda em um livro que acompanha o disco, com design de Faissal e ilustração de Thiago Trappo.
Segundo Anibal, as letras, todas feitas em inglês e espanhol, remontam a época de menino, quando os idiomas estrangeiros eram uma brincadeira: “Eu colocava música em inglês – eu lembro, era 'Step by step', dos New Kids (on the Block) – e ficava copiando aquilo do jeitinho que eu escutava. Depois decorava e saía cantando. E foi ali que começou minha carreira internacional", brinca.
A parceria gráfica com os artistas paraibanos foi motivada por uma ambição que define como “grande” e “saudável”. “Minha premissa básica é que não procuro um artista para fazer algo que eu possa fazer por minha conta. Eles são procurados para trazerem a beleza e a novidade, sobretudo na realidade de Something e sua intenção de trazer aquilo que não se abarca com a palavra”.
Aproveitando sua passagem pelos EUA para testar a recepção do público americano ao que chama de sua "plataforma artística", Anibal quer voltar à Paraíba para fazer, nos próximos meses, um evento "pop, high tech e lindo" para o lançamento de Something.
"Acho os shows muito previsíveis no Brasil. Os grandes criativos ficam desiludidos com isso", lamenta, sem falsa modéstia.
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