VIDA URBANA
Exportação e desenvolvimento
Exportação de algodão foi um dos motores do desenvolvimento de Campina Grande, que hoje ganha destaque com o 'algodão colorido'.
Publicado em 11/10/2012 às 6:00
Seria demais conhecer uma cidade do interior da Paraíba na primeira metade do século 20 através do título de Liverpool Brasileira? Para os contemporâneos daquela época, não. Como explica o historiador Gervásio Aranha, exportar mais de 20 milhões de quilos de algodão em caroço para todo o mundo dimensionava bem o patamar que Campina Grande atingira, o que possibilitou seu crescimento e desenvolvimento da economia e cultura que só as metrópoles da época conquistavam.
Mas não foi tão simples atingir números expressivos a partir da economia agrícola. Segundo confirmam os registros históricos, a Rainha da Borborema não abrigava a produção de algodão. Foi o sistema de transporte ferroviário que possibilitou esse crescimento, aliado aos equipamentos de beneficiamento de algodão que por aqui existiam.
“Campina Grande se beneficiou de um fato chamado de 'ponta de trilhos'. Eram cidades que finalizavam o caminho ferroviário e se beneficiavam disso para seu desenvolvimento. Até a década de 1950, a estrada de ferro era ponto umbilical para esses serviços, que beneficiaram para o crescimento da cidade, que mesmo após a crise do algodão já vivenciava uma realidade de economia atacadista, com grandes feiras, referência em ferragens e no setor automobilístico, entre outros”, explicou o professor.
Atualmente, se o 'ouro branco' não está tão em moda como outrora, o algodão colorido é o tom certo do momento.
Beneficiado pela existência do setor de tecnologia e pesquisa, o algodão colorido está longe de ser batizado de mais novo “ouro” para a economia local, mas é um reflexo de um momento que marcou parte da história de quem tem quase um século e meio de vida. “Isso (o algodão colorido) é pioneiro aqui. Graças ao setor de tecnologia e de serviços que fez com que essa cultura se desenvolvesse e desse certo no mercado, mas não na mesma proporção do algodão branco”, disse Gervásio Aranha.
Comentários