CULTURA
'Não temos espaço na Paraíba', diz Falamansa
'As Sanfonas do Rei' é o novo trabalho do Falamansa, o disco é uma homenagem ao centenário de Gonzagão.
Publicado em 02/05/2012 às 6:30
Luiz Gonzaga nasceu em 13 de dezembro de 1912. As homenagens pelo seu centenário, no entanto, não estão restritas a apenas um dia, vão durar o ano inteiro. Livros, documentários, festas com tributos e, claro, muita música marcam os 100 anos do Rei do Baião.
A Falamansa, banda com 14 anos de estrada, é um dos que reconhecem a importância da obra de Gonzagão. Prova desse reconhecimento é o seu recente lançamento, As Sanfonas do Rei: Tributo aos 100 anos de Luiz Gonzaga (Deck Disc, R$ 19,90).
Tocar uma figura de tanta importância para a cultura nordestina intimida, de acordo com Tato, vocalista da banda. A Paraíba e Pernambuco, estados com uma forte tradição e contato com forró, são dois lugares que sempre deixam o grupo apreensivo pela resposta do público aos seus trabalhos.
Vale lembrar que, além disso, Pernambuco também é o estado de nascença do homenageado da banda. No caso da Paraíba, a apreensão tem outros motivos. A Falamansa sente que tem tido pouca oportunidade de mostrar seu trabalho pelos lados de cá.
Em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA Tato diz que, apesar de já terem feito shows em João Pessoa - há mais de sete anos -, a banda nunca foi convidada para participar do São João de Campina Grande, por exemplo.
“Esse é um motivo de grande frustração para mim. Fazemos shows em outros estados durante o São João, mas ainda não tivemos a oportunidade de tocar em um dos eventos mais conhecidos do Brasil, que é o São João de Campina”, declara Tato.
Falar de razões para essa suposta omissão por parte dos produtores paraibanos seria inútil. A banda se reserva, então, a mostrar o que é capaz de fazer para, quem sabe, cativar futuros convites.
“Acredito que o forró que fazemos é o que mais se aproxima do tradicional nordestino. Somos comprometidos em valorizar a cultura, em passar mensagens do bem. Com tantas bandas fazendo o contrário, com letras apelativas e sem preocupação com a qualidade, tenho certeza que vamos agradar”, diz Tato.
Com 16 faixas, o CD percorre momentos diferentes da produção de Luiz Gonzaga, com músicas já extremamente conhecidas e outras não tão badaladas, como explica Tato: “São músicas que têm identidade forte. Por isso nos preocupamos em respeitar a versão original. Nas músicas desconhecidas, como 'Indiferente', não fizemos grandes alterações, quisemos manter a intenção de Luiz Gonzaga. Já nas conhecidas, por já terem sido regravadas por outros também, nos sentimos mais livres para adaptá-las ao estilo da Falamansa”, disse.
Com participações de Dominguinhos e Elba Ramalho, esse é o 8º disco da banda, mas a vontade de gravar Luiz Gonzaga sempre esteve presente. Tanto que o grupo já gravou músicas dele em CDs anteriores. “Não se trata apenas de um músico, ele é uma referência cultural", conclui Tato.
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