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CULTURA

Os quilates da Era de Ouro

Em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA, baterista do Capital Inicial fala sobre o legado da banda que faz show neste sábado (20) em João Pessoa.

Publicado em 20/04/2013 às 6:00


O Capital Inicial é a banda mais popular em atividade entre as que herdaram o legado de ouro da era do rock em Brasília (DF).

Fê Lemos, baterista do grupo conduzido pelos vocais de Dinho Ouro Preto, tem uma explicação bem simples para esta popularidade.

"O brasileiro só aguenta um certo número de micaretas. Uma hora você amadurece e vai atrás do rock dos anos 1980", ironiza o fundador do Aborto Elétrico, banda que após a cisão com Renato Russo (1960-1996) deu origem ao quarteto que se apresenta hoje em João Pessoa, na Domus Hall, em show aberto às 22h por Val Donato e Os Cabeças.

"A música produzida naquela década continua muito relevante.

Foi um momento especial, feito por uma geração que ansiava por liberdade e por um país mais justo", arremata o músico, que falou com o JORNAL DA PARAÍBA por telefone.

Pouco antes de subir ao palco, às 18h30, Fê Lemos estará na Livraria Leitura divulgando seu livro de crônicas Levadas e Quebradas.

Um dos porta-vozes do Capital Inicial, irmão mais velho do baixista Flávio Lemos, que completa a formação junto com o guitarrista Yves Passarell, Fê recorda o cenário efervescente que viveu há 29 anos, na outra ponta de uma história saudada com o lançamento de Saturno (Sony Music).

"Nós do Capital Inicial crescemos à sombra da Ditadura, vendo nossos pais sofrendo os dramas do regime. Então resolvemos aparecer com uma linguagem que jamais havia sido tentada no Brasil, influenciada pelo punk rock e pela filosofia do 'faça você mesmo'", conta o primogênito de uma família que morou durante todo o ano de 1977 na Inglaterra, onde ele e o irmão entraram em contato com o movimento musical dos três acordes.

"Nós inventávamos nosso próprio entretenimento, criando nossas bandas. Tínhamos a urgência de falar de nossas vidas e do mundo, procurando entender a sociedade em que a gente vivia", diz o cara que injeta fúria nas baquetas de 'Saquear Brasília', carro-chefe do show de hoje, hit que tenta ecoar tão alto quanto a inflação e a CPI nas orelhas das novas gerações do Planalto Central.

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Jornal da Paraíba

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