VIDA URBANA
Moradores do São José fazem abaixo-assinado
Os moradores reinvindicam a não construção de 2.961 casas do programa federal "MInha Casa, Minha Vida".
Publicado em 27/09/2011 às 6:30
Os moradores do bairro São José, em João Pessoa, estão organizando um abaixo-assinado contra o projeto habitacional da Prefeitura, que prevê a construção de 2.961 casas, através do programa federal 'Minha Casa, Minha Vida'. Os moradores acreditam que não terão condições de pagar o financiamento pela Caixa Econômica e temem perder suas casas. Até ontem, cerca de 100 assinaturas já estavam no documento que será entregue ainda esta semana ao prefeito Luciano Agra.
“Eu já tenho a minha casa, por que vou pagar de novo por outra? Todo mundo que está nessa situação está assinando o documento e ninguém vai aceitar sair da sua própria casa e ter que financiar outra”, disse o desempregado João José da Silva, morador do bairro. Ele diz ainda que não sabe ao certo como é o projeto da prefeitura, mas tem certeza que não terá condições de ser incluído no 'Minha Casa, Minha Vida'.
Para ser contemplado no programa 'Minha Casa, Minha Vida' é necessário que o beneficiário tenha renda fixa e condições financeiras para pagar as prestações do financiamento. Assim, como João José, muitos moradores do bairro estão desempregados ou não têm renda fixa.
De acordo com informações da Prefeitura, será feito um estudo social para analisar as condições em que será oferecido o financiamento a quem não tem renda fixa. O grande problema do bairro é que a população construiu casas às margens do rio Jaguaribe, uma área de proteção ambiental. De acordo com a legislação ambiental, é necessário respeitar uma distância de 30 metros da margem do rio. Desta forma, segundo a prefeitura, os terrenos pertencem ao poder público e os moradores vivem na condição de invasores.
INVESTIMENTOS
Ao anunciar a reurbanização do bairro, na semana passada, o prefeito Luciano Agra informou que serão investidos R$ 193 milhões nas obras do São José, sendo R$ 145 milhões para a construção das novas casas e R$ 48 milhões para a infraestrutura e equipamentos comunitários. A previsão é que as obras sejam iniciadas no início de 2012, com duração de, no mínimo, 18 meses, na primeira etapa.
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