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POLÍTICA

CPI da Petrobras: "O dinheiro escondido será devolvido ao erário"

Deputado Hugo Motta (PMDB) concedeu entrevista exclusiva ao Jornal da Paraíba e o assunto não poderia ser outro: a CPI da Petrobras.

Publicado em 09/03/2015 às 9:05 | Atualizado em 19/02/2024 às 17:05

A CPI da Petrobras pretende reaver todo o dinheiro desviado pelos ex-diretores da estatal. Foi o que garantiu o presidente da comissão, o deputado paraibano Hugo Motta (PMDB), que na última quinta-feira virou manchete nacional ao bater boca com deputados que tentaram tumultuar os trabalhos. “Não abrirei mão de exercer a minha autoridade de presidente, prezando sempre pelo bom funcionamento da CPI”, afirmou o parlamentar em entrevista exclusiva ao Jornal da Paraíba. Hugo disse que tudo fará para que a CPI apresente os resultados que a sociedade espera. “Eu tenho a expectativa muito grande de que o trabalho lá possa ser isento, imparcial e comprometido com a investigação”.

JORNAL DA PARAÍBA - Gostaria que o senhor explicasse qual o verdadeiro papel da CPI da Petrobras?
A CPI visa à apuração dessas denúncias que a nossa maior empresa vem sofrendo no âmbito das suas operações, denúncias de corrupção que já vêm sendo apuradas pela Justiça Federal e pela Polícia Federal. Nós temos agora o papel de, dentro da Câmara dos Deputados, enfrentarmos essa situação com a presidência dos trabalhos, na expectativa de que essa apuração seja feita de forma séria e isenta, sem termos a interferência de quem quer que seja e buscando as respostas que a sociedade cobra de nós nesse momento.

JP - Mas não já existe na Justiça essa investigação?
Existe, mas é um direito do parlamento investigar. Um terço do parlamento escolheu por novamente discutir no âmbito do Congresso Nacional essa CPI. Nós estamos neste momento, cumprindo uma delegação que o meu partido, o PMDB, me deu, de presidir esses trabalhos. A minha obrigação nesse momento não é mais discutir se é necessário ou não e sim tocar os trabalhos adiante e fazer com que a CPI possa realmente funcionar.

JP - Até agora o que é que já foi feito no âmbito da Comissão?
Nós fizemos a instalação dos trabalhos no último dia 26 de fevereiro, quando tivemos a nossa eleição. No dia 5 de março tivemos a primeira reunião com a aprovação já de sete novos requerimentos. Temos a previsão para na próxima terça-feira realizarmos a primeira oitiva, que será do senhor Pedro Barusco, ex-diretor da Petrobras, que fez a delação premiada e devolveu quase 100 milhões de dólares. A partir da semana que vem vamos notificar todos os órgãos de controle pedindo o compartilhamento de dados, as quebras de sigilo e darmos continuidade às convocações que foram aprovadas, porque tivemos várias. Além do Pedro Barusco, os ex-presidentes da Petrobras José Sérgio Gabrielli e Graça Foster, ou seja, há um leque de pessoas que já estão com os requerimentos aprovados para irem depor na CPI.

JP -O senhor se sente tranquilo na condução dos trabalhos? Está havendo interferência do Poder Executivo? Como é que o senhor avalia a sua performance na CPI?
Primeiro dizer que nós vamos ter uma performance pautada no regimento. Nós não temos a intenção de prejudicar ou favorecer quem quer que seja, o governo ou a oposição. Nós não vamos admitir nenhum tipo de interferência sobre os nossos trabalhos, porque, na verdade, nós temos que, naquela posição, agir como verdadeiro magistrado, imparcial, forma autônoma para que a CPI possa funcionar. O meu único compromisso é fazer realmente que a CPI possa ser uma CPI que responda aos anseios da sociedade. Tanto é que partimos já para a criação das sub relatorias, uma medida tomada por nós, mostrando nosso compromisso com a investigação e queremos que essas denúncias sejam aprofundadas.

JP - Que punição a CPI pretende tomar após o final dos trabalhos?
A CPI tem um limite. O limite que a CPI pode ir é pedir o indiciamento daquelas pessoas que têm lá comprovações claras que cometeram atos ilícitos. É isso que nós vamos pedir, é isso que nós vamos querer para que a CPI possa realmente ter o resultado esperado. É um trabalho em conjunto com o relator.

JP - E o dinheiro que foi desviado da Petrobras?
Essa é a inovação que nós defendemos. Aprovamos um requerimento de nossa autoria que autoriza a contratação da empresa Kroll, sediada nos Estados Unidos, que é uma empresa de investigação financeira com muita credibilidade, principalmente fora do país. Na quarta sub-relatoria que criamos temos lá a recuperação de ativos. O que vem a ser isso? São recursos que, porventura, foram desviados do âmbito da Petrobras que possam estar escondidos em contas no exterior, em diversos países e essa empresa fará essa investigação para que se esse dinheiro estiver escondido lá, ele possa ser recuperado e trazido de volta para os cofres públicos, porque foi dinheiro nosso que foi desviado.

JP - É possível medir o tamanho do rombo na Petrobras?
Só o que foi devolvido nas delações premiadas foi um absurdo de dinheiro. Só o gerente Barusco devolveu 97 milhões de dólares, o Paulo Roberto 25 milhões. Outros lá devolveram quantias exorbitantes de dinheiro. Nós queremos ver se realmente essas pessoas devolveram tudo que desviaram desse período que estiveram ocupando cargos públicos na Petrobras.

JP - A população tem uma certa desconfiança das CPIs no Congresso Nacional. Acham que elas sempre terminam em pizza?
A garantia que eu dou é o nosso comportamento. Acho que a população paraibana, que inclusive nos apoiou muito diante do ato de desrespeito ao qual fomos vítima, tem visto que o nosso compromisso é com a investigação. O Brasil, a grande mídia, têm acompanhado que esse ato de criar sub-relatorias, de buscar essa empresa de investigação internacional, é a prova de que a CPI realmente vai funcionar e nós queremos fazer com que ela realmente responda à altura daquilo que a sociedade cobra de todos nós.

JP - O senhor pretende acionar o conselho de ética para punir os deputados que tentaram tumultuar os trabalhos da CPI?
O PMDB já acionou o deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA) e esperamos que o conselho de ética apure a fundo se ele cometeu quebra de decoro.

JORNAL DA PARAÍBA - A imprensa tem divulgado que os membros da CPI e outros parlamentares receberam ajuda financeira dessas empresas que estão sendo fiscalizadas. Isso não interfere no seu trabalho de presidente da Comissão?
De maneira nenhuma. Eu fui um dos que a imprensa intitulou dessa forma e eu não recebi dinheiro de empreiteira. Eu recebi dinheiro do PMDB. Acredito eu, nesse momento, que os parlamentares tenham que agir lá com muita isenção e acima de tudo também deixarmos claro que essa doação feita por empresas é permitida dentro do que rege hoje a lei eleitoral no Brasil. Eu tenho a expectativa muito grande que o trabalho lá possa ser isento e imparcial e comprometido com a investigação. Essa é aposta que eu faço e é isso que eu tenho demonstrado que irei fazer com os meus atos já nesse início de trabalho na Comissão Parlamentar de Inquérito.

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Jornal da Paraíba

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